Na última quinta-feira, dia 29, uma equipe de Auditores-Fiscais do Trabalho tomou uma medida decisiva ao embargar uma obra do programa Minha Casa Minha Vida em Franca (SP). O empreendimento, intitulado Parque dos Pássaros e composto por 878 unidades habitacionais, foi interditado devido a uma série de irregularidades que comprometiam a segurança dos trabalhadores envolvidos na construção.
Segundo o relatório da inspeção, uma das questões mais preocupantes era a execução do processo de instalação dos telhados dos imóveis sem qualquer medida de proteção para trabalho em altura, expondo os trabalhadores a riscos consideráveis. Outro ponto crítico encontrado foram as valas com profundidades de até seis metros, destinadas à instalação dos sistemas de captação de águas da chuva. Estas valas não possuíam medidas de segurança adequadas, representando um perigo iminente para os trabalhadores presentes no local.
A falta de sinalização, impedimento de acesso e proteção contra quedas dentro da obra foi evidenciada durante a fiscalização. Nem mesmo medidas para garantir a estabilidade dos taludes foram adotadas, ampliando os riscos de acidentes graves. Além disso, foram identificados vãos desprotegidos em áreas de circulação de pessoas e equipamentos, como bocas de lobo e instalações destinadas à rede de distribuição de energia elétrica, representando sérios riscos à integridade física dos trabalhadores.
As instalações elétricas provisórias do canteiro também estavam em estado precário, sem a devida proteção e aterramento elétrico dos equipamentos, o que aumentava os riscos de acidentes elétricos. O local destinado às refeições dos trabalhadores era improvisado em uma das casas em construção, devido à destruição da área original devido às chuvas recentes. A ausência de itens básicos de higiene, como sabonete líquido e papel toalha nos banheiros e locais de refeição, também foi constatada durante a fiscalização.
Como resultado das inspeções, a empresa responsável pelo empreendimento foi notificada, assim como outras três empresas que forneciam serviços no canteiro de obras no momento da fiscalização. A produção do Pop Mundi não conseguiu contato com a empresa.
Fotos: Divulgação/Sinait