Nesta segunda-feira, 23, a Justiça de Pernambuco determinou a prisão do cantor Gusttavo Lima, de 35 anos, em decorrência da mesma operação que levou à prisão a influenciadora e advogada Deolane Ribeiro, sua mãe, Solange Ribeiro, o dono da plataforma Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho e sua esposa Maria Eduarda Quinto Filizola.
A decisão foi emitida pela juíza Andrea Calado da Cruz do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que rejeitou os argumentos do Ministério Público que pediu, na sexta-feira, 20, a substituição de prisões preventivas por medidas cautelares.
No despacho, a juíza contrapõe o parecer do MP afirmando que “É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome de batismo de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”.
A magistrada também cita que além da relação profissional envolvendo o cantor e os investigados da operação além de contato pessoal, em referência a uma viagem para comemorar o aniversário do artista, a aeronave de Gusttavo Lima foi crucial para deixar dois investigados no exterior, fora do alcance da Justiça.
“Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”.
Bloqueio de bens
Já havia sido determinado pelo Justiça de Pernambuco o bloqueio de R$ 20 milhões em bens da empresa Balada Eventos, produtora da qual Gusttavo Lima é sócio.
Além disso, a empresa Vaide Bet, também investigada pela operação de lavagem de dinheiro, tem como dono o paraibano José André da Rocha Neto, que estava em viagem para Grécia para a festa de comemoração de aniversário do cantor.
A empresa de José Rocha também sede Curaçao, local famoso por ser um paraíso fiscal e abrigar inúmeras empresas de fachada. Como não retornou ao Brasil e não se entregou, ele é considerado foragido da Justiça.
Defesa
A defesa da Balada Eventos afirmou que houve excesso e que a empresa só teve relações comerciais com Vaide Bet da qual Gusttavo Lima é garoto propaganda.
“Houve excesso, sim, por parte da autoridade. Poderia ter sido emitida uma intimação para que a Balada Eventos prestasse conta dos valores recebidos dessas empresas”