A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou a médica Claudia Soares Alves, presa no mês passado em Itumbiara (GO) por suspeita de ter sequestrado uma recém-nascida de um hospital de Uberlândia (MG). A pena prevista pode chegar a oito anos de prisão.
A médica segue presa no estado de Goiás e agora cabe ao Ministério Público apresentar denúncia ou não contra ela. O indiciamento foi feito em conjunto pela Polícia Civil dos estados de Minas Gerais e Goiás, afirmou o delegado Marcos Tadeu.
O advogado Vladimir Rezende afirmou que o processo está em segredo de justiça, mas que "independentemente do teor do indiciamento ou até mesmo de eventual denúncia acreditamos que a questão será resolvida no incidente de insanidade da acusada, que já está em andamento".
O argumento da defesa é de que Claudia Alves é tem transtorno afetivo bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica.
A neurologista entrou no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia na noite do dia 23 de julho com um crachá da universidade.
A Polícia Civil afirma que a médica se passou por pediatra para levar a criança do quarto da mãe. Ela então colocou a bebê em uma mochila e saiu do hospital em um carro vermelho.
A Polícia Militar descobriu o paradeiro do veículo após ele passar por um pedágio no sentido de Centralina (MG), município vizinho a Itumbiara, e acionou as autoridades de Goiás, que prenderam a médica em flagrante e encontraram a recém-nascida em uma clínica médica no município. A criança foi devolvida aos pais, em Minas Gerais.
Nas redes sociais, a suspeita afirma ser professora da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e da UEG (Universidade Estadual de Goiás).
A UFU diz que a médica é matriculada no curso de doutorado do programa de pós-graduação em ciências da saúde e, recentemente, foi aprovada em concurso público e tomou posse como professora da graduação em medicina. A instituição disse também que está tomando as "necessárias medidas administrativas".
A UEG afirma que Soares pediu exoneração do cargo no início de julho e não voltará a dar aulas na instituição.
O Hospital das Clínicas da UFU afirma que iniciou apuração interna das circunstâncias do crime, reforçou os protocolos de segurança na unidade e está colaborando com as investigações.