Governo Tarcísio transfere 161 presos para o interior após rebelião na Grande SP

Autor: Eudis Filho

Fonte:

23/07/2024

Na manhã desta segunda-feira, 22, 161 presos foram transferidos da Penitenciária 1 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, para o interior do estado. A transferência foi uma resposta à rebelião ocorrida no último sábado, 20, quando detentos incendiaram colchões e outros objetos, exigindo o "fim da opressão" e fazendo críticas à direção da unidade.




Rebelião e Resposta Rápida

A rebelião, marcada pela escrita da sigla PCC (Primeiro Comando da Capital) no pátio da penitenciária, começou com a queima de colchões e protestos dos presos. Agentes do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) foram acionados para controlar a situação. Após a entrada dos agentes, tiros de bala de borracha foram disparados contra os amotinados, encerrando o motim.

Inicialmente, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que três presos haviam ficado feridos. No entanto, o número subiu para cinco após mais dois detentos solicitarem atendimento médico. Todos os feridos estão estáveis e fora de risco, segundo a administração da penitenciária.

Medidas de Segurança e Sanções

A transferência dos presos para uma unidade não divulgada foi realizada por questões de segurança. A ação é uma sanção disciplinar prevista na Lei de Execução Penal, destinada aos detentos envolvidos ativamente na rebelião.

No sábado, dia tradicional de visitas, os familiares dos presos acompanharam a ação do lado de fora da penitenciária. A SAP garantiu a retirada segura dos visitantes e confirmou que não houve reféns durante o motim. No entanto, as visitas programadas para o domingo (21) foram suspensas.

Contexto de Tensão no Sistema Prisional

A rebelião em Franco da Rocha ocorre poucos dias após um motim no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) Butantan, na capital paulista. Este motim foi desencadeado pela remoção de presos de uma unidade recém-reformada e já superlotada. O CPP Butantan, com capacidade para 1.412 presos, abrigava 1.494 detentos na sexta-feira (19). A superlotação e a fuga de sete homens entre os dias 13 e 15 agravaram a situação, levando à intervenção da SAP.

O CPP Butantan, antes um presídio feminino, enfrenta problemas estruturais desde 2021, quando o sindicato denunciou riscos de desabamento. Atualmente, a unidade abriga presos em regime semiaberto que têm permissão judicial para trabalhar ou estudar fora.

A gestão do governador Tarcísio de Freitas está sob pressão para lidar com as crises no sistema penitenciário, destacando a necessidade de medidas urgentes para evitar novas rebeliões e garantir a segurança nas unidades prisionais.