Arroz. Feijão. Carne. Batata. Alface. Tomate. Esses são alguns itens que compõe o Prato Feito dos brasileiros. O tradicional e popular “PF”, que tem relação com o contexto urbano do século XIX, está presente na história brasileira desde o início da industrialização, quando os trabalhadores começaram a se alimentar fora de casa. Como alternativa, surge o ‘prato do dia’ que, inclusive, expressa a culinária regional.
Embora a ideia do “PF” seja uma alternativa, os consumidores têm sentido no bolso o reflexo da inflação de alguns produtos que compõem o prato do dia. Isso significa que o impacto desse aumento reduz o poder de compra do vale-alimentação e comer fora de casa ficou ainda mais caro.
Segundo um estudo divulgado pela FGV, Fundação Getúlio Vargas, o famoso “Pê-efe” está 23% mais caro. Entre maio e abril de 2019 a 2020, a inflação ficava na casa de 10,9%. No mesmo período, entre 2020 e 2021, a inflação era de 22,9%. Já entre 2021 e 2022 a inflação ficou em 23,5%. Essa variação, desde 2019, representa um um aumento de 12,9% em 4 anos.
A pesquisa ainda revela que, no período, o produto que mais pressionou a alta foi o tomate que ficou em 127% que acumulou alta de 26% em abril. Alface e Batata-inglesa também tiveram aumento significativo, 32,1% e 44,7 respectivamente.
Em Franca o cenário não é diferente. Ligia Pires, que é dona de um restaurante há seis anos, conta como tem feito para driblar a inflação. Segundo ela, os itens que têm pesado na hora de comprar são o tomate e óleo. Para driblar a situação, ela diz ter buscado alternativas como substituir o tomate por outro produto e, ao invés de fazer fritura, optar por fazer assado. Ligia lembra quando abriu o restaurante "eu pagava R$ 1,80 no litro do óleo, hoje eu pago R$ 8,90."
Para Marco Antonio Monteiro, que trabalha com venda de tênis e almoça fora de casa há 15 anos, revela que já sentiu a inflação do 'PF'. Diante desse cenário, ele conta que opta pela opção mais barata como variar entre marmitex e almoçar o prato feito em restaurante. Marco ainda avalia que procura por restaurantes diferentes conforme o preço é alterado.
Confira a entrevista com Ligia.
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