Após quase 7 horas de julgamento no Fórum de Franca (SP), Denny de Queiroz Pires foi condenado pela morte de Ana Cláudia Abib, em 2016. A Justiça determinou pena de 9 anos e 2 meses de prisão em regime fechado.
Na sentença, o juiz Paulo Sérgio Jorge Filho determinou a condenação do pintor, de 38 anos, por homicídio duplamente qualificado, emprego de meio cruel e recursos que dificultaram a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.
Após a condenação, a mãe de Denny comentou a decisão e se mostrou surpresa. “Eu esperava até mais de 15 anos devido a repercussão, pois todo mundo sabe que ele não só matou, houve o esquartejamento e o que eu pedi aos advogados que lutassem pela defesa dele, mas não pela liberdade, pois meu filho ainda não está preparado para vir para a rua”, comentou Denise de Queiróz.
A irmã do pintor, Monique Queiróz, lembrou como o irmão contou que havia cometido o crime. “Ele estava decidido a morrer aos poucos, ele mesmo se sentenciou, ele falou que agora que chegou a tirar a vida de uma pessoa, disse que iria morrer no crack. E quando ele falou isso para mim, percebemos que ele não estava brincando, mas aí já era tarde”, contou.
O promotor Odilon Comodaro fez um balanço da decisão e disse que a pena foi com base no que a lei prevê. “É uma pena considerável... É lógico que em relação à brutalidade do crime e as consequências não há qualquer correlação, mas isso em termos de vida humana é irreparável, então dentro do que era possível, acho que houve uma sanção adequada”, explicou.
Denny está há 1 ano e 4 meses no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Franca e a defesa não descarta recorrer da decisão. “É lógico que esperávamos uma sentença, mais branda pelo fato dele estar em uma situação de drogas e queríamos tirar pelo menos mais uma qualificadora que seria do meio cruel, mas os jurados não entenderam dessa forma. Em todo caso é aceitável até decidirmos se vamos recorrer”, disse o advogado Geraldo Borges de Freitas Neto.
O crime
No dia 17 de novembro de 2016, Denny usou um bisturi para matar Cláudia e um machado para esquartejar o corpo da vítima, no Jardim Guanabara, em Franca. Após matar a mulher, de 40 anos, o assassino chamou uma taxista e transportou os membros até uma mata e a taxista alegou que não sabia que se tratava de uma pessoa, foi ouvida e liberada.
Na época, o delegado Márcio Murari responsável pelas investigações disse que Denny e Cláudia “faziam uso de drogas e tinham um relacionamento e que estaria drogado quando aconteceu o crime”.
Denny foi localizado e preso e sem mostrar qualquer arrependimento ele apontou um vilarejo conhecido como Chave da Taquara, entre Cristais Paulista (SP) e Pedregulho (SP), onde o restante do corpo foi enterrado. A cabeça e um braço foram deixados em um saco plástico em uma mata na Avenida das Seringueiras em Franca (SP).
O pintor que matou e esquartejou mulher foi preso pela DIG em dezembro de 2016 e chegou ser levado para a cadeia de Batatais (SP) e posteriormente para o CDP de Franca.
Fotos: Thiago Garcia/Pop Mundi
