A Santa Casa de Franca confirmou durante entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (27) que demitiu três técnicas de enfermagem e uma enfermeira após a constatação de que houve falha no cumprimento dos protocolos exigidos na maternidade do hospital.
As funcionárias estavam de plantão no dia 20 de abril quando houve a troca de bebês e segundo a diretoria administrativa a identificação das crianças foi feita corretamente, mas uma das técnicas de enfermagem, não fez o procedimento correto na hora de conferir os dados.
“A falha foi ela não fazer a checagem entre as pulseiras da criança recém-nascida com a mãe que estavam bem descritas e evidentes. Elas não foram checadas e consequentemente ela pegou a criança e entregou a mãe trocada” explicou o diretor técnico, Marcelo de Paula Lima.
O erro segundo o hospital foi percebido quando a mesma equipe cumpriu todas as etapas exigidas após o nascimento da segunda criança.
“Consequentemente depois de 10h foi corrigido o erro e sanado através de exame de DNA confirmando que estavam identificados tanto bebês quanto as mães e que a troca foi uma falha humana corrigida pelos nossos protocolos de segurança” acrescentou Lima.
A demissão de toda a equipe envolvida se deve ao fato, de que a enfermeira é a responsável pelo setor de obstetrícia e por consequência a verificação do cumprimento de todos os procedimentos. Ainda de acordo com o hospital, duas técnicas de enfermagem ficam dentro da ala cuidando das crianças, e a outra técnica fica encarregada de levar os bebês à maternidade.
“A verdade está com a Santa Casa, nós temos certeza que foram os nossos protocolos de segurança que identificaram o erro” explicou Marcelo.
A versão é contestada por uma das famílias envolvidas, que alega que o pai de um dos bebês que teria desconfiado da troca e insistido para realização dos exames de DNA.
Ouça a entrevista:
O caso
Genilson Geraldo Evangelista, marido de Eliane Cristiane Salvino de Souza fotografou o filho ainda no hospital, minutos após o parto. Uma pulseira de identificação foi o detalhe que começou a mudar toda a história da família e um vídeo feito pelo pai mostra o momento em que eles comparam os bebês.
Veja:
O pequeno, Kauã, foi entregue para Eliane Cristiane Salvino de Souza, enquanto, Yuri foi levado aos braços de Glaciela Martins Cintra, de 28 anos.
A angústia aumentava a cada comparação, e o que antes era desconfiança, se confirmou após a realização de exames de DNA.
Mais segurança
O encontro para prestar esclarecimentos sobre o caso ainda contou com a participação da gerente assistencial, Ana Carolina Botto Paulino, advogado, Alan Riboli e o diretor administrativo, Thiago da Silva.
Além dos treinamentos que as equipes de enfermagem são submetidas, novas medidas foram anunciadas para reforçar a segurança. De acordo com o hospital, 300 partos são feitos mensalmente, e a partir de agora será adotado sistema de cores nas pulseiras de identificação dos bebês e mães.
“Conforme as demandas vão aparecendo os protocolos vão sendo aperfeiçoados. Hoje além do número de série de identificação da mãe e da criança, no nome da mãe, data de nascimento da mãe que vai na pulseira, nós vamos adotar o sistema de cor, então cada dia, se nasce 15 a 20 crianças no setor obstétrico, vamos ter 20 pares de cores diferentes” concluiu o diretor técnico Marcelo de Paula.