Trabalhar na área central de Franca (SP) tem sido um desafio para muitos comerciantes que não sabem o que fazer para garantir a própria segurança. Isso devido ao grande número de moradores de rua, pedintes e usuários de drogas que frequentam as praças e outros espaços públicos.
Nessa semana, o proprietário de uma cafeteria precisou chamar a Polícia Militar após ser ameaçado por um homem desconhecido quem em seguida foi até uma perfumaria e furtou um frasco de perfume. Indignado com a situação, o comerciante de 30 anos espera que medidas sejam tomadas por parte das autoridades responsáveis pela segurança na cidade. “Acionei a polícia militar e me disseram que não podiam fazer nada. Falei com na assistência social e a mesma coisa, ninguém pode fazer nada. Esse homem entrou e me chamou de vagabundo, gritou comigo, com a minha esposa que agora está até com medo de ficar aqui no café”, disse.
O rapaz ainda falou dá situação enfrentada diariamente pelos comerciantes. “Para nós que estamos no comércio, no Centro, está muito difícil. Toda hora tem alguém entrando no seu estabelecimento, coagindo os clientes, muitos com mau cheiro, drogados, então não tem como. Aqui funciona das 7h às 22h e vou ter que fechar mais cedo. Eu estou com medo”, ouça abaixo:
Recentemente, o prefeito Gilson de Souza assinou um decreto já publicado no Diário Oficial que estabelece algumas regras de abordagem e ações frente aos moradores de rua. Na “cartilha de boas condutas” é preciso seguir alguns procedimentos e regras previstas aos direitos fundamentais de pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade social.
Entre as normas, fica proibido retirar e recolher bens e pertences dos andarilhos, tais como os colchões, sofá, documentos e também materiais de reciclagem, como papelões. As medidas ainda priorizam o diálogo e condena qualquer tipo de abordagem por meio de força física.
O decreto caiu como uma bomba entre a população que também não está nada satisfeita com o cenário da cidade. “Para todo lado que você vai tem um pedinte. É nas praças, porta de bancos, semáforos. E quando não pedem dinheiro pedem outra coisa. Tá impossível isso”.
A Prefeitura também criou recentemente uma campanha que visa orientar as pessoas para que não sejam dadas as famosas esmolas aos pedintes.
Quanto ao decreto publicado no último dia 10 e o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado pela Prefeitura com o Ministério Público e Defensoria, o secretário de Assistência Social, Vanderlei Tristão disse que não serão cumpridas todas as normas, já que os servidores não sabem o que fazer e também estão com medo em fazer as abordagens.