A Rússia anunciou segunda-feira (31) a retirada de forças militares destacadas na fronteira com a Ucrânia, dias depois de Washington ter pedido ao presidente russo, Vladimir Putin, para retirar as tropas e aliviar a tensão na área.
O Ministério da Defesa russo informou que o 15º batalhão abandonou hoje o polígono (terreno destinado ao exercício de tiro e manobras da artilharia) de Kadamovski, na região de Rostov del Don, na fronteira com a Ucrânia, e dirigiu-se para a base de destacamento regular em Samara, localizada a mais de 1 mil quilômetros da fronteira.
O ministério precisou que o batalhão fez durante as últimas semanas em Rostov vários exercícios, incluindo exercícios de tiro, explorações e outras táticas militares.
Algumas horas antes deste anúncio, o Ministério da Defesa ucraniano informou que tinha indicações de que as forças russas estavam saindo gradualmente da zona fronteiriça com a Ucrânia, sem especificar, no entanto, o número de militares envolvidos na possível retirada.
"Nos últimos dias, as forças russas estão se retirando gradualmente da zona da fronteira", afirmou o porta-voz do ministério ucraniano, Oleksiy Dmytrashkivskiy.
Outra fonte ucraniana indicou hoje que cerca de 10 mil soldados russos ainda permaneciam perto da fronteira.
Segundo os serviços secretos norte-americanos, Moscou tinha mobilizado para as regiões russas de Rostov no Don, Kursk e Bélgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia, mais de 30 mil soldados, mas também blindados e meios aéreos.
Dados divulgados pelas autoridades de Kiev davam conta que quase 100 mil soldados russos, equipados com blindados, lança-mísseis, aviões e helicópteros, estavam na semana passada na fronteira com a Ucrânia à espera de ordens de Vladimir Putin.
Estas informações aumentaram os temores ucranianos sobre uma possível invasão das regiões orientais russófonas do país, depois do processo de anexação da República Autônoma da Crimeia.
Na sexta-feira passada, durante uma conversa telefônica com Putin, o presidente norte-americano, Barack Obama, exortou o líder russo a retirar as tropas destacadas ao longo da fronteira com a Ucrânia.
No dia seguinte, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, negou que Moscou tivesse planos para invadir o território ucraniano.
Fonte: Agência Brasil