Foto: Santa Maria - Pitimbu PB

Integrantes da Banda Gurizada Fandangueira relatam alguns momentos de desespero na tragédia que aconteceu no domingo (27), onde 232 pessoas chegaram a falecer e 131 ficaram feridas. O depoimento foi revelado ao Jornal Hoje nesta segunda feira (28).

Foto: Folha de Palmeira

Versão: Banda Gurizada Fandangueira

O baterista Eliel de Lima revelou como foram os primeiros momentos do incêndio: ''Deu aquele brilho em cima do palco, deu aquela chama e começou um fogo. Um rapaz, não sei quem foi, ali na correria, alcançou o extintor. O vocalista tentou, mas não funcionou o extintor, aí saltou o segurança, que pegou o extintor, tentou, mas não conseguiu também. O fogo já foi se abrindo, se agravando e aí todos os músicos já foram dando um jeito de sair do palco. O pessoal que estava na frente viu que era fogo e já começou aquele tumulto''.

O guitarrista Rodrigo Martins se pronunciou dizendo: ''Eu achava que ia morrer. O povo gritando ali na frente. Não comparando, mas pareciam animais. Na hora que eu consegui sair, me pisaram no peito, no pescoço, nas costas, até estou com a perna machucada. E graças a Deus me puxaram, se não eu não sei o que seria. Muita gente morreu pisoteada''.

Na confusão, os integrantes deixaram seus instrumentos e correram para a saída da boate, onde a dificuldade para sair era tamanha que pessoas morreram pisoteadas. Apesar da banda sempre fazer shows pirotécnicos, Eliel não soube explicar quem teria acionado os fogos. Segundo o músico, era a equipe responsável pela parte técnica que decidia quando utilizar ou não os fogos.

Foto: Santa Maria - Yahoo

Versão: Testemunhas

O  incêndio aconteceu por volta das 2h30 da madrugada, segundo informações obtidas pelo segurança do local. A versão do vigilante bate com a dos músicos: "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair''.

A fotógrafa Mariana Magalhães, 24 anos, sobreviveu ao incêndio na casa noturna e conta que percebeu o início do fogo e saiu correndo imediatamente para fora, e ainda tentou salvar cinco pessoas. Acrescentou que muitas pessoas não deram atenção ao início do incêndio, imaginando que uma boate tão famosa não poderia entrar em chamas. Segundo outro relato de Mariana, a boate passou por uma reforma recentemente, do contrário o drama seria ainda maior. ''Graças a Deus teve essa reforma porque antes era uma escada que dificultaria bem mais a saída das pessoas que estavam lá, tinha um desnível, eram cinco degraus, mas no atropelo isso fazia muita diferença'', afirmou.

O estudante de medicina veterinária Gabriel Barros dos Santos, da cidade de Santa Maria, relatou ao G1 que escapou por pouco da tragédia. Amigos do estudante acabaram morrendo nas chamas, enquanto ele resolveu deixar de comparecer ao evento na última hora. "Eu acabei encomendando o convite e não indo na hora. Acabei desistindo e eles foram. De madrugada, os meus amigos começaram a me ligar e mandar mensagem dizendo que a balada estava pegando fogo", declarou.

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