Cerca de 857 mil pessoas precisam de assistência humanitária urgente na Somália por falta de alimentos, segundo relatório divulgado terça-feira (4) na capital do Quênia, Nairóbi, pela Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O número inclui cerca de 203 mil crianças com menos de 5 anos que sofrem de desnutrição aguda, entre as quais 51 mil em situação mais grave.
Apesar das recentes chuvas na região, da baixa no preço de alimentos e da assistência humanitária ao país, ainda há 2 milhões de pessoas no país que passam por insegurança alimentar. Ontem (3), o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas (ONU) anunciou a redução de projetos em vários países devido ao déficit de financiamento e fez um apelo à comunidade internacional para que sejam feitas mais doações.
A crise alimentar na Somália é resultado do conflito armado pelo qual o país passa. As tropas da Missão da União Africana na Somália (Amisom), o Exército somali e várias milícias pró-governamentais combatem a milícia fundamentalista islâmica Al Shabab, que domina o país desde 2006, controlando territórios no Centro e no Sul do país. Desde 1991, com a saída do ditador Mohamed Siad Barré, que ficou mais de 20 anos no poder, o país ficou sem governo efetivo, o que abriu caminho para o domínio de milícias e grupos armados.
Fonte: Agência Brasil