Atingido por um incêndio de grandes proporções nessa sexta-feita, 29, o Memorial da América Latina, , na Barra Funda, zona oeste da capital, não possui licença para grandes eventos e está com o alvará vencido há 20 anos.
O fogo no prédio projetado por Oscar Niemeyer destruiu o interior do Auditório Simón Bolívar e deixou 16 pessoas feridas: um brigadista e 15 bombeiros, dois em estado grave. O combate às chamas demorou mais de cinco horas.
Segundo a Prefeitura, complexo não tem licença para eventos com mais de 250 pessoas e uma vistoria feita em maio encontrou irregularidades na fiação elétrica.O alvará de funcionamento também está vencido há 20 anos.
De acordo com a Defesa Civil, uma avaliação será feita neste sábado, 30, para determinar se as estruturas do prédio foram atingidas - ainda havia fumaça saindo por rachaduras no teto côncavo do auditório, no começo da noite de sexta-feira, 29.
O incêndio foi notado pouco antes das 15h. Segundo o Corpo de Bombeiros, o socorro foi chamado às 14h46. Às 20h30, o fogo já havia sido controlado, mas ainda existiam três focos de chamas no interior do prédio e o trabalho de rescaldo está previsto para ser realizado neste sábado de manhã. O coronel Erick Cola, comandante dos bombeiros, afirmou que o primeiro combate foi feito pelos brigadistas. A principal suspeita, não confirmada oficialmente, é de que um curto-circuito tenha sido a causa das chamas.
No horário, a região da Barra Funda sofria uma falta de energia elétrica. Os funcionários do Memorial contaram que, depois do almoço, não havia luz, telefone nem internet no complexo. "Não sei se foi ligado o gerador.
Preciso conversar com os técnicos. Mas é algo ligado à queda de energia e ao gerador", disse o diretor-presidente do Memorial, o cineasta João Batista de Andrade. "O importante é que temos a vistoria do Corpo de Bombeiros em dia", afirmou. A informação foi confirmada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou que o auto de vistoria tinha validade até 2014.
O coordenador da Defesa Civil, Jair Paca de Lima, disse que será feita uma vistoria no auditório neste sábado, 30. Lima afirmou que as rachaduras no teto do prédio são preocupantes e ainda não é possível descartar a demolição do imóvel.
O comandante dos Bombeiros, contudo, considerou que não existe risco de o prédio desabar. Apesar do balanço final ainda não ter sido feito, os bombeiros afirmaram que "bem mais" do que 50% do interior do prédio havia sido queimado.
Fonte: Agência Estado