Operação no Rio mira 'Peixão', traficante gospel e líder do tráfico no Complexo de Israel

Autor: Salomão Rodrigues

Fonte:

11/03/2025

Nesta terça-feira, 11 de março de 2025, a Polícia Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro realizaram uma operação de grande porte no Complexo de Israel, região da zona norte da cidade dominada por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”. O traficante, que comanda o Terceiro Comando Puro (TCP), é um dos criminosos mais procurados do estado e está envolvido em uma série de crimes, como tráfico de drogas, homicídios e intimidação religiosa.

Durante a operação, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao traficante, incluindo imóveis de luxo utilizados como esconderijos e bases operacionais. Em Parada de Lucas, foi encontrado um “resort de luxo” que servia como depósito de armas e drogas. Esse imóvel, que ocupa uma área de preservação ambiental, foi construído irregularmente, destruindo vegetação nativa e alterando o curso de um rio local.

Além disso, as investigações apontam que Peixão também usava outros estabelecimentos, como uma academia de musculação, como ponto de encontro para membros de sua facção. A operação, que contou com o apoio de unidades como a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), resultou em apreensões de drogas e a prisão de um criminoso foragido.

O 'traficante gospel' e os símbolos religiosos
Peixão, conhecido por seu comportamento autoritário e por se autodeclarar evangélico, ganhou notoriedade ficou conhecido “traficante gospel”. Sua facção, que controla o Complexo de Israel, é marcada por símbolos religiosos, com a presença de bandeiras de Israel e a Estrela de Davi espalhadas pelas comunidades dominadas por ele.

Além do tráfico, extorsão, homicídios e outros crimes, e ele é acusado de ordenar o fechamento de terreiros e de perseguir líderes religiosos de religiões de matriz africana no complexo.

O império de Peixão no tráfico começou a se expandir após 2016, quando assumiu o controle da Cidade Alta, sendo consolidado durante a pandemia, quando ele implementou sistemas de monitoramento, como câmeras de segurança, e construiu pontes ligando as comunidades sob seu domínio. Em posse de armamento pesado, Peixão conta com arsenais capazes de sustentar longos confrontos, o que gerou frequentes tiroteios e bloqueios em vias importantes da cidade, como a Avenida Brasil e a Linha Vermelha.

Peixão, natural de Duque de Caxias, começou sua trajetória criminosa ainda jovem e já perdeu dois irmãos para o crime. Sua ascensão no tráfico foi rápida, com ele tomando o controle de diferentes áreas do Rio de Janeiro, incluindo o Complexo de Israel, que compreende comunidades como Parada de Lucas, Cidade Alta, Vigário Geral e outras.

 

Foto: Reprodução/PCRJ/PMRJ/Redes Sociais