Na noite desta quinta-feira, 5, entidades do movimento negro e a Frente Povo Sem Medo realizaram um protesto em São Paulo, pedindo a demissão do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
A manifestação começou no Theatro Municipal e seguiu até a sede da Secretaria de Segurança Pública, no centro da capital. O ato foi motivado por denúncias de abusos de poder e homicídios cometidos por policiais, muitos registrados em câmeras.
"Todos nós conhecemos alguém que morreu pela violência policial, que atinge principalmente a população negra. Já derrubamos outros secretários e vamos derrubar de novo", disse Fabíola Carvalho, da Uneafro.
Os manifestantes também cobraram desmilitarização da polícia e punição rigorosa para agentes que cometem abusos. "Precisamos de uma polícia que proteja o povo, não que o trate como inimigo", afirmou Priscila dos Santos, do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas.
O grupo exigiu o retorno das câmeras corporais nos uniformes dos policiais e maior controle externo da polícia. "Queremos câmeras e respeito à Ouvidoria, que deve ser independente, não controlada pela Secretaria", disse Simone Nascimento, do Movimento Negro Unificado.
O governador Tarcísio de Freitas, que antes era contra as câmeras, admitiu ter mudado de opinião. Ele afirmou que ampliará o programa, reconhecendo sua importância para a segurança pública.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou, em nota, que não tolera desvios de conduta e que mais de 280 policiais foram demitidos ou expulsos desde o início da atual gestão. Recentemente, 20 policiais foram afastados e dois presos por envolvimento em casos investigados.
O governo também anunciou uma nova ouvidoria interna, mas destacou que ela não substituirá a Ouvidoria da Polícia, já existente.