Dívidas esfriam a febre dos celulares no Brasil

Autor: Redação Pop Mundi

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16/11/2013
Frederico Queiroz reclama do preço e do sinal e planeja mudar de operadora pela segunda vez/ Foto: Agência Estado Frederico Queiroz reclama do preço e do sinal e planeja mudar de operadora pela segunda vez/ Foto: Estado de Minas

A febre dos celulares sofreu um revés no Brasil. Com a renda comprometida pelas dívidas e a inflação apertando o orçamento doméstico, os brasileiros resolveram dar uma trégua na fissura por aparelhos e chips. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o total de linhas de telefonia móvel no país voltou a diminuir, depois de mais de sete anos. Embora o Brasil sustente a média de mais de um celular por pessoa - são 135,28 acessos por cada 100 habitantes -, a trajetória ascendente que durava 86 meses acabou interrompida em setembro, quando o número de linhas móveis caiu para 268.266.822, ou 173,6 mil a menos frente a agosto. A última vez em que o balanço da Anatel apresentou queda havia sido em junho de 2006.

Após as agressivas estratégias de vendas das empresas para popularizar os chips, sobretudo os pré-pagos, "o sistema chegou à exaustão", acredita André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Pode ser que não seja algo definitivo, mas parece óbvio que já passamos pelo boom repentino da telefonia móvel no Brasil", comenta. Os saltos no total de acessos móveis observados nos últimos anos ficaram para trás, reforça o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. "Não existe margem para a base de celulares continuar crescendo no mesmo ritmo. Há uma clara saturação", sustenta ele, que acrescenta a "limpeza" na carteira de clientes de planos pré-pagos como justificativa para o recuo.

A Anatel diz que as prestadoras intensificaram o corte de inativos na base de assinantes para evitar "inchaços artificiais" nos balanços de fim do ano. Na avaliação da agência, a variedade de planos no mercado tem potencializado a migração de clientes da modalidade pré-pago para pós-pago, forçando uma redução de chips por pessoa. O estudante Frederico Queiroz não abandonou o aparelho, mas planeja a sua segunda troca de operadora. Ele, como boa parte dos clientes, reclama dos preços e do sinal. "Do jeito que está, o celular não tem me atendido tão bem", resume. QUEDAS De agosto para setembro, a TIM registrou queda de 31,7 mil chips. A companhia informou que o resultado já era esperado, "pois o mercado de telefonia do Brasil é um dos mais competitivos e possivelmente um dos mais saturados no mundo". Em nota, a empresa ainda afirma ter aumentado os investimentos em 52,3% no ano.

A Telefônica Vivo também perdeu linhas, segundo a Anatel. A companhia justificou o recuo informando que "alterou progressivamente os parâmetros para contabilizar como inativos os clientes pré-pagos". E acrescentou que o objetivo é oferecer ao mercado "dados mais transparentes e condizentes com a realidade". A Claro ressaltou que, em setembro, houve ingresso de mais de 321 mil linhas. A Oi, por sua vez, teve baixa de cerca de 35,5 mil.

Fonte: Estado de Minas

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