Visando desarticular uma organização criminosa que atuava aplicando diversos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, a Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 7, a Operação Profeta, que cumpriu diversos mandados de prisão e deteve, entre outros suspeitos, Rodrigo Reis Teixeira, famoso coach da área de finanças.
Popularmente conhecido como 'Coach do bitcoin', Rodrigo é apontado como o responsável por um esquema de desvio de dinheiro que lesou mais de 10 mil pessoas, causando um prejuízo que já supera R$ 262 milhões de reais.
O nome da operação se dá ao fato de que Rodrigo usava a religião para atrair novas vítimas e encaminhá-las para a RReis Consultoria e Investimentos. Ele participava da Comunidade Batista Atos 29, onde foi seminarista e realizava pregações. Segundo a PF, foi neste grupo que ele começou a fazer as primeiras vítimas utilizando-se de sua influência religiosa para ganhar a confiança das vítimas.
A RReis Consultoria e Investimentos era uma empresa de gestora de patrimônios localizada no Rio de Janeiro que se dizia especialista em investimento com criptomoedas, chegando a prometer lucros de até 9% ao mês, algo fora do comum no mercado financeiro. Nos primeiros meses esses 'lucros' realmente aconteciam, mas depois o dinheiro e os rendimentos sumiam.
Com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, Rodrigo dava palestras com temáticas que misturavam assuntos do mercado financeiro e religião, assim como sobre um ativo baseado em moedas estrangeiras chamado Forex, operações que só podem ser realizadas por meio de corretoras de fora do país.
Segundo as investigações, o dinheiro de mais de 10 mil pessoas foi transferido para contas no exterior sem o conhecimento das vítimas.
O esquema entrou em colapso em 2022, quando Rodrigo passou a receber inúmeros processos judiciais. No começo deste ano ele chegou a fechar um acordo para pagar o valor em torno de R$ 14 milhões, mas não chegou a efetuar o pagamento das parcelas.
A Operação Profeta cumpriu o mandado de prisão preventiva e mais 10 mandados de busca e apreensão na capital fluminense. Além disso, foi determinado o bloqueio de bens e valores no valor de R$ 262.799.248,97.
O coach do bitcoin agora é investigado por contra o Sistema Financeiro Nacional (apropriação indevida de valores; negociação de títulos ou valores mobiliários sem registro prévio e sem autorização da autoridade competente; fazer operar instituição financeira sem a devida autorização; e evasão de divisas), além dos crimes de exercer a atividade de administrador de carteira no mercado de valores mobiliários sem a devida autorização; organização criminosa transnacional; e lavagem de dinheiro por meio de ativo virtual.