Após cinco horas de julgamento, Leandro Antônio da Silva, sapateiro de Franca, foi condenado a 18 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, pelo Tribunal do Júri, nesta quinta-feira, 5. Ele foi julgado pelo feminicídio de sua esposa, Laísa Cristina, e pela tentativa de homicídio de uma amiga dela, que também foi baleada durante o crime.
O julgamento, que aconteceu no Fórum de Franca, não contou com a presença de amigos ou familiares da vítima, exceto pelos três filhos adolescentes do casal, que estavam acompanhados por familiares paternos. Durante toda a sessão, Leandro manteve a cabeça baixa, aparentando estar em oração. Cinco testemunhas foram ouvidas por meio de vídeos gravados em audiências anteriores.
O crime ocorreu em julho de 2022, quando, de acordo com a acusação, Leandro matou a esposa por ciúmes de um vizinho. Um dia antes de sua morte, Laísa havia relatado à família que havia sido levada por Leandro a um motel, onde foi torturada com as mãos amarradas, agredida e ameaçada com uma arma.
Durante o julgamento, no entanto, Leandro apresentou uma versão diferente, afirmando que o desentendimento com Laísa teria ocorrido por conta de uma dívida. O advogado de defesa, doutor Acir Gomes, informou à imprensa que pretende recorrer da sentença.
Com a condenação, Leandro permanece preso na penitenciária de Franca, onde cumprirá a pena inicialmente em regime fechado. A sentença foi recebida com alívio por entidades de defesa dos direitos das mulheres, que acompanharam o caso de perto e esperam que a decisão sirva como exemplo para outros casos de violência doméstica.
A defesa tem o prazo de 15 dias para apresentar o recurso, e o caso poderá ser reavaliado em instância superior.