Na manhã desta segunda-feira, 29, o ator francês Gérard Depardieu, de 75 anos, foi preso pela polícia judiciária de Paris sob a acusação de ter agredido sexualmente duas mulheres.
A primeira denúncia veio de uma decoradora que trabalhou na produção do filme “Les Volets verts”. Segundo a denúncia, o ator teria feito comentários indecentes e depois a 'agarrou brutalmente' e 'esfregou sua cintura, a barriga, até os seios'.
A segunda denunciante afirma que Depardieu disse 'palavras indecentes' em sua mansão em Paris durante as filmagens do curta-metragem 'Le Magicien et les Simoias' quando a vítima era assistente de direção, além disso, o ator também teria passado a mão 'por todo o corpo' conforme consta nos autos da denúncia.
Depardieu nega as acusações, afirma que nunca abusou de uma mulher e diz que o tribunal midiático faz a ele um linchamento virtual.
No total, o ator e cineasta já foi acusado por 14 mulheres por crimes semelhantes. Em dezembro de 2020, ele foi indiciado pelo estupro de Charlotte Arnould.
Na Espanha, uma jornalista, de 51 anos, também o acusa de estupro, caso que teria ocorrido em uma ocasião na qual ela teria o entrevistado em Paris, em 1995, quando a jornalista teria 23 anos e Depardieu, 46.
Envolvido em polêmicas nos últimos anos de sua carreira, em 2012 Gérard renunciou a cidadania francesa, em uma manobra contábil para pagar menos impostos e, em 2013, se tornou cidadão russo; título concedido pelo próprio presidente Vladimir Putin.
A defesa do ator afirma que sempre colaboraram para as investigações e que o ator é vítima de perseguição da mídia, do tribunal da internet e de movimentos feministas. Em alusão ao fato do ator ter sido citado diversas vezes durante o movimento #metoo (“eu também” em tradução livre), que começou em 2006, mas que viralizou em 2017 quando a atriz Alyssa Milano, encorajou as vítimas de assédio sexual a tuitar sobre “dar às pessoas uma noção da magnitude do problema”.
Esse movimento foi tão impactante que expôs inúmeros casos de assédio sexual na indústria cinematográfica envolvendo grandes nomes da área e mudando a política ética de muitas empresas do ramo e resultou em processos judiciais, demissões e até prisões de abusadores.
