Nesta quinta-feira, 18, o Conselho de revisão de Safra se reuniu com representantes do Sindicato Rural, Secretaria do Agronegócio (Sagri), Emater, Embrapa e Banco do Brasil, e apuraram que, com 97% das lavouras de soja colhidas, o equivalente a 87.571 hectares, houve uma queda 7% na produtividade, ainda que restem 3% de lavouras, que equivale a 3.627 hectares, para serem colhidas na região do Chapadão, divisa com a Nova Ponte.
O principal motivo da redução foram as chuvas irregulares. Em números, a média de produção de soja por hectare em Uberaba caiu de 3.900 quilos para 3.627 ou de 65 para 60,45 sacas do grão. Mas ainda que a queda, o município está entre os três maiores produtores do Estado.
Segundo o extensionista da Emater, Petrônio Silva, a explicação para esse resultado está ligada diretamente a irregularidade das chuvas. “Houve falta de chuva no plantio e excesso na colheita. Isto sem falar no calorão que levou a vários replantios e danos nas plantas,” disse ele, enfatizando que o acréscimo na área plantada, de 85.100 hectares para mais de 90 mil, neste ano, acabou equilibrando a produção no geral.
Quanto à colheita da safra de milho verão, ainda não foi informado se tem um fechamento. Acredita-se que dos 6.890 hectares plantados, a maioria esteja ainda no pé. O que sabe é que a área plantada de milho caiu, significativamente, em comparação aos 24 mil hectares de 2023. Além disto, com tantos atrasos na Safra de Verão, o Conselho entende que a safrinha ficou prejudicada no município.
O sorgo, grão que no ano passado colocou Uberaba na liderança do ranking nacional com 51 mil hectares plantados, continua sendo a maior produção do município, mesmo com a previsão de queda entre 25% e 30%
Ponto positivo para o trigo e a cana que ampliam áreas. No caso do trigo, a expectativa é de que chegue a 15 mil hectares plantados contra 8.400 da última safra.
Segundo o pesquisador da Embrapa e integrante do Conselho, Vanoli Fronza, a janela de plantio do trigo cerrado apenas começou, não sendo possível debruçar sobre esta previsão que, particularmente, ele pede cautela.
“O que sabemos é que com o atraso na colheita da safra de verão, muitos produtores estão optando pelo trigo em razão da sua condição financeira favorável”, apontou ele, garantindo a excelente qualidade do trigo tropical, chamado trigo pão, que já no plantio, muitos agricultores fazem vendas casadas para os moinhos.
Quem também vem com o aumento de área plantada, agora em 2024, é a cana-de-açúcar. A expectativa dos conselheiros é de que ocorra um incremento de até 5% das lavouras no Município, pulando de 115.600 hectares para mais 120 mil hectares. “O que consolidado e somado à melhoria da produtividade que, em média, chegou a 88 toneladas por hectare (antes, 85 t/h), manterá Uberaba como maior produtor de cana do Brasil,” destacou Petrônio Silva, da Emater.
Foto: Reprodução/GettyImages