Caso Thabata: ex-pm alegou suicídio, mas foi condenado pelo júri

Autor: EUDIS FILHO

Fonte:

19/04/2024

O ex-policial militar, Douglas Teixeira, acusado de matar a ex-namorada, Thabata Gonzales, de 34 anos, foi condenado a cumprir 14 anos e 6 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, sendo as qualificadoras motivo torpe, emprego de meio cruel e feminicídio. O júri popular aconteceu no fórum de Franca (SP), nesta quinta-feira, e durou mais de 13 horas. A sentença foi proferida quase meia-noite.

Thabata foi encontrada com marca de tiro na cabeça dentro de um carro, na chácara pertencente aos pais do ex-PM, no dia 18 de novembro de 2021, embora o crime tenha acontecido nos arredores do Parque Universitário.

Teixeira se apresentou no dia seguinte, negou o crime e alegou ter sido um tiro acidental quando tentava evitar que a vítima se matasse com a arma dele, o que contrariava os laudos da perícia. Além disso, no mês anterior, a vítima registrou um boletim de ocorrência contra ele, no qual relata que o ex teria a abordado e tentado relação sexual. Ela se negou e ele sacou uma arma, ameaçou e a agrediu.

A família de Thabata temia pela vida dela, já que Teixeira a pressionava para retomar o relacionamento e, pouco antes do crime, Thabata enviou uma mensagem para a mãe pedindo que ela cuidasse das crianças, como se estivesse como medo de algo acontecer.

 

ALEGOU SUICÍDIO

Durante depoimento, no tribunal do Júri, Douglas manteve a versão de que Thabata havia cometido suicídio, após um surto. Na versão do ex-policial militar, o casal discutiu após Thabata não ter gostado dele chegar tarde do trabalho. Ele colocou ela no carro, levou até o batalhão para mostrar a escala. Lá, ela não quis descer, continuaram a discussão, e seguiram para o Parque Universitário.

Teixeira disse que Thabata estava descontrolada, e teria sacado uma arma para ele. Na tentativa de desarmá-la, a mulher apontou o revólver para a própria cabeça e atirou. Douglas teria ficado desesperado, ligou para a família, falando também em tirar a própria vida, e decidiu abandonar o corpo na chácara dos pais e fugir. Porém, os jurados não acreditaram nessa versão, em razão também aos laudos da perícia que apontaram que Thabata foi assassinada.

PRESO NO ROMÃO GOMES

O ex-policial militar foi preso em março de 2023, após a Justiça decretar prisão preventiva. Quando se apresentou a polícia, em 2021, Teixeira respondia em liberdade e chegou a retornar para os trabalhos no 15º Batalhão da Polícia Militar, internamente, mas foi expulso da corporação em dezembro de 2022. Mesmo tendo sido expulso, o assassino permanece no presídio exclusivo para policiais em São Paulo, o Romão Gomes, pois quando o crime aconteceu, ele ainda era policial militar. Douglas pode recorrer da sentença, porém, permanecerá em regime fechado.