Após dois meses de treinamento e de reconhecimento de área, 34 profissionais cubanos que integram o programa "Mais Médicos" começam a atuar, nesta segunda-feira (11/11), em diversos locais do Distrito Federal. Médico há 20 anos, o cubano Ramon Aragon, 44 anos, é um dos profissionais que trabalhará no DF pelos próximos três anos. Para ele, o principal motivo de participar dessa iniciativa do governo é colocar a medicina a serviço dos que mais precisam. "Esperamos melhorar a situação de saúde do povo brasileiro, já que os indicadores mostram que a situação, de modo geral, não está tão boa", disse o médico cubano.
Aragon veio para o Brasil há dois meses juntamente com a esposa, a também médica e integrante do programa Yelina Bacallao, 44 anos. Nesse período, o casal participou de cursos de ambientação, de idioma e conheceu um pouco mais sobre o país e as particularidades de suas enfermidades, como a doença de Chagas e a leishmaniose. Voltado às causas humanitárias, o casal cubano participou, por seis anos, de missões na Guatemala e na Venezuela. De acordo com Yelina, a decisão de vir ao Brasil participar do "Mais Médicos" foi motivada pela vontade em ajudar ao próximo. Mão de obra De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de médicos no país é insuficiente e chega a ser 1,8 profissional para atender grupos de mil habitantes, quantitativo menor que o registrado em outros países da América Latina, como a Argentina (3,2) e Uruguai (3,7). Ao comparar o Brasil às nações da Europa, por exemplo, a desigualdade cresce de forma expressiva e esse quantitativo quase dobra, como no caso de Portugal, que conta com 3,9 médicos por mil habitantes, e a Espanha, que registra quatro profissionais para cada grupo de mil pessoas. Conforme acordo estabelecido pelos governos brasileiro e cubano, os repasses de pagamento dos médicos são feitos do Ministério da Saúde para a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que intermediará com o governo de Cuba.
Fonte: Estaminas