Nos últimos dias o perfil oficial no Instagram da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sofreu ataques racistas de torcedores, em sua maioria, argentinos após a derrota para os rivais que aconteceu na última terça-feira, 21.

Comentários racistas comparando os brasileiros a macacos e outros comentando de forma xenófoba a descendência indígena e negra do presidente da CBF Edinaldo Rodrigues Gomes, o primeiro negro com descendência de povos originários a ocupar a cadeira da presidência do órgão mais importante do futebol brasileiro.

A falta de 'fair play' tem sido comum em jogos contra times argentinos, já que situações de racismo foram constantes, antes, durante e depois da partida de futebol na final da Libertadores da América, ocasião em que o Fluminense enfrentou, e derrotou, o Boca Júniors no dia quatro de novembro nesse mesmo estádio onde, dias depois a seleção do Brasil enfrentou a seleção argentina.

Nessa última ocasião não foram poucas as situações de racismo, resultando, além de brigas generalizadas, a prisão da torcedora Maria Belen Mautecci, que aguarda na sob custódia da polícia e deve responder por injúria racial contra uma funcionária terceirizada que prestava serviços ao estádio.

Sobre o racismo sofridos nos comentários, o próprio presidente da CBF disse:

“Tenho orgulho de ser o primeiro negro nordestino, descendente de indígenas a ocupar a presidência da CBF. Sempre soube e sigo consciente da minha luta e das dificuldades que terei que passar ao longo da minha vida por não ter origem na elite do Brasil. Luto por respeito a todos. Não vou me afastar jamais dos meus compromissos e não serei intimidado por criminosos, racistas, xenófobos e corruptos que transitam pelas sombras”.

Já a Confederação Brasileira de Futebol publicou um comunicado oficial à imprensa que diz:

“A CBF já tomou as medidas cabíveis nesse caso, que são: comunicar as autoridades policiais, visando a identificação e punição dos autores desses ataques, pois se tratam de crimes capitulados na legislação brasileira, inclusive punidos com pena de prisão. Além disso, tais perfis foram denunciados ao Instagram. Também na esfera desportiva, foram enviados ofícios à FIFA e Conmebol, dando ciência do fato”.

“Esse tipo de crime não será tolerado. Ao contrário de um passado não tão distante, de uma CBF indiferente, iremos enfrentar a questão do racismo e continuar empunhando a nossa bandeira de combate a esse crime”

Foto: Júnior Souza/CBF