Os nove candidatos às eleições presidenciais do Chile participaram na noite de terça-feira em um debate que foi marcado por uma pesquisa que dá como vencedora no primeiro turno a ex-presidente e candidata socialista Michelle Bachelet.
Os nove postulantes, número inédito para uma eleição presidencial chilena, participaram do debate, realizado em dois dias e organizado pelos canais de televisão locais, e foram questionados sobre temas de segurança, educação e saúde por mais de duas horas e meia.
Horas antes do início do debate, foi divulgada a esperada pesquisa de intenção de voto do Centro de Estudos Públicos (CEP), que deu 47% de apoio a Bachelet para as eleições de 17 de novembro, e inclusive a apontou como vencedora no primeiro turno, tema que foi comentado pelos candidatos.
"Estamos pensando em vencer no primeiro turno no dia 17 de novembro", disse Bachelet durante o debate, defendendo sua proposta de realizar uma reforma educacional, uma reforma tributária e uma nova Constituição "que nos identifique".
Sua principal rival, a candidata da direita governista Evelyn Matthei, minimizou a possibilidade de que Bachelet consiga vencer no primeiro turno, e afirmou que chegará ao segundo turno para competir com a ex-presidente.
"A pesquisa erra sempre por 8 ou 10 pontos. Estamos tranquilos", afirmou Matthei, que deseja manter a linha de livre mercado do atual presidente de direita, Sebastián Piñera.
O debate também se caracterizou pelas críticas que a ex-presidente Bachelet (2006-2010) recebeu de seus adversários, especialmente do candidato Marco Enríquez Ominami, o cineasta que se desligou do Partido Socialista, que apoia Bachelet, e que agora é candidato do Partido Progressista.
"Não vote em Michelle Bachelet, já fomos governados com a ideologia do freio de mão", disse Enríquez Ominami.
O debate, que terminará nesta quarta-feira, foi realizado sob um formato de perguntas e respostas realizadas por três jornalistas aos candidatos, que não podiam dialogar entre si.
Fonte: Estado de Minas