Quadro roubado por nazistas é devolvido a herdeiros de seu colecionador

Autor: Redação Pop Mundi

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29/10/2013

Os herdeiros de um marchand judeu alemão, espoliado durante o regime nazista, obtiveram nesta terça-feira a restituição de um de seus quadros graças a uma casa de leilões alemã, informou uma universidade canadense.

"Nunca havíamos tido uma resposta tão voluntária do mercado de arte na Alemanha ante um pedido vinculado a uma obra espoliada", afirmou à AFP Clarence Epstein, diretor do projeto de restituição das obras que pertenceram a Max Stern, à Universidade Concordia de Montreal.

Há 10 anos, Epstein, um historiador de arte, luta por justiça para Max Stern, um judeu alemão obrigado em 1937 a fechar sua galeria de arte em Dusseldorf e a vender a preços muito baixos mais de 400 quadros para poder viajar à Inglaterra e ao Canadá.

A obra recuperada nesta terça-feira pela Universidade de Concordia, beneficiária do legado de Stern, assim como a Universidade McGill e a Universidade Hebraica de Jerusalém, é do pintor alemão Andreas Achenbach (1815-1910), considerado o pai da escola paisagística alemã do século XIX.

A obra estava entre os quadros que Stern precisou leiloar com a casa Lempertz de Colônia em 1937.

O quadro seria leiloado novamente em maio passado, desta vez na casa Van Ham, quando os pesquisadores de uma organização alemã especializada em arte roubada a reconheceram como uma obra de Stern.

O dono do quadro, um colecionador particular, aceitou entregá-lo à Universidade de Concordia.

Outras duas obras de Stern também foram retiradas do leilão, "mas os colecionadores se negaram a nos entregá-las, apesar dos esforços da Van Ham para nos ajudar", disse Epstein. Na Alemanha, estes quadros não podem ser apreendidos pela polícia porque seus proprietários continuam sendo seus donos legais, disse Epstein.

Esta é a 11ª obra recuperada pelos herdeiros de Stern, que foi entregue a eles durante uma cerimônia na embaixada do Canadá em Berlim.

Epstein lembrou que o projeto Stern ainda vigia de perto 40 quadros com a esperança de poder recuperá-los.

Fonte: Estado de Minas