A duplicação da Serra do Cafezal, vista com alívio pelos motoristas por eliminar o principal gargalo da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre São Paulo e Curitiba, vai pesar no bolso dos usuários. A concessionária Autopista Régis Bittencourt, do grupo Arteris, negocia com o governo um aumento na tarifa de pedágio para compensar a elevação no custo das obras em razão de alterações no projeto.
Nos 402 km sob concessão entre São Paulo e a capital paranaense operam seis praças de pedágio com tarifa básica de R$ 1,80 - motos pagam metade.
A Arteris alega que o projeto executado é muito mais complexo do que o contratado. "Tem mais viadutos, pontes e túneis, além de uma faixa adicional em cada pista, obras que não estavam previstas e elevaram o custo. Estamos conversando com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a compensação tem de ser com aumento na tarifa, como prevê o contrato", disse o CEO da Arteris, David Diaz.
O porcentual do reajuste ainda não foi definido. Quando a rodovia foi privatizada em 2008, o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção para o valor do pedágio mais baixo que nas rodovias estaduais.
Conforme cálculos da empresa, o custo da duplicação dos 30 km entre Juquitiba e Miracatu, previsto em R$ 700 milhões quando o contrato foi assinado, em 2008, subiu 30% em razão das alterações no projeto.
Impacto. Para atender às exigências ambientais e reduzir o impacto nas áreas de Mata Atlântica cortadas pela rodovia foram projetados quatro túneis e foi aumentado o número de pontes e viadutos - serão 36 obras com extensão total de sete quilômetros. "Em alguns viadutos estamos empregando a mesma tecnologia usada em obras sobre o mar", disse o superintendente da Autopista, Eneo Palazzi. O trecho duplicado terá duas faixas na descida e três na subida da serra, além de estrutura para mais uma faixa de cada lado.
Fonte: Agência Estado