Há grande dificuldade de inserção no mercado de trabalho por pessoas com deficiência e com vulnerabilidade social. É o que mostra o Índice Nacional de Inclusão Olga Kos, que registrou que apenas 2,74% entre os entrevistados com deficiência na região metropolitana de São Paulo trabalham atualmente.
Para o presidente e fundador do instituto, Wolf Kos, a maior dificuldade de empregar essas pessoas está na escolaridade. Ele explica quais são os fatores que têm que ser analisados para a maior inclusão e empregabilidade destas pessoas.
“A vontade da pessoa, o que ela gostaria de fazer; ensinar para ela que ela direitos e deveres, porque ninguém tem só direitos; incentivar a sua família a autoestimulação dessas pessoas com deficiência e ajudar na mobilidade. O tempo das pessoas com deficiência é um e o tempo da comunidade, do ambiente de trabalho é outro”, pontua.
A média de remuneração dessas pessoas apontada no levantamento é de um salário mínimo e meio. E as classes sociais predominantes são de D e E.
Ainda estão sendo levantados dados nas cinco regiões brasileiras, em 12 capitais e em 1200 municípios para o desenvolvimento de um índice nacional de inclusão.
De acordo com a pesquisa, o mais grave é que esses trabalhadores muitas vezes exercem suas atividades sem qualquer vínculo empregatício.
A consequência direta dessa baixa inserção é que as pessoas com deficiência são dependentes de programas sociais. Wolf Kos explica a responsabilidade das empresas com a inclusão. “Quando nós falamos de inclusão, nós estamos falando de responsabilidade social, de vulnerabilidade social, em abrir oportunidades. A gente olha para a pessoa não pela diversidade que ela tem, mas pela valorização que a pessoa tem como ser humano, porque como cada pessoa traz uma humanidade dentro de si, tem seus deveres, seus direitos, seus temores, suas ambições dentro de si ela também traz a sua valorização por muito que ela trabalha”, argumenta.
Mônica Rocha, de 27 anos, é a primeira instrutora com síndrome de Down em taekwondo. Ela também é empreendedora, pinta e vende panos de pratos. Mônica foi diagnosticada com síndrome de Down ao nascer e teve oportunidades de trabalho por meio do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural.
Ela conta que foi acolhida e teve oportunidades profissionais na instituição e ainda foi incentivada pelos familiares. “A maioria das coisas que eu faço, das minhas conquistas, as pessoas falam assim: nossa, eu sei que ela faz devagar por causa da síndrome dela, mas, fora isso, a Mônica sabe fazer pintura, cozinhar”, relata. Porém o caso de Mônica difere de muitas outras pessoas.
Informações: Marina Harriz
Foto: Divulgação/Instituto Olga Kos