Depois da ausência de quatro anos do calendário cultural brasileiro – dois deles por conta da pandemia da COVID-19 –, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo está de volta. Desde sábado (2), o evento ocupa 65 mil metros quadrados no Expo Center Norte, na capital paulista, onde recebe 182 expositores e cerca de 500 selos editoriais.
Até o próximo domingo (10), passarão por lá 300 autores nacionais e estrangeiros, entre eles os mineiros Ailton Krenak e Conceição Evaristo.
Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), entidade que organiza a Bienal, descreve o evento como “a maior livraria de livros físicos da América Latina”.
Cerca de três milhões de exemplares estão disponíveis para o público, o que, segundo ele, funciona como incentivo à leitura e vitrine para editoras e autores.
“O espaço onde a Bienal acontece está totalmente tomado. Nosso evento conseguiu envolver grande quantidade de editoras e autores, contando também com parcerias inéditas com órgãos públicos para engrossar a venda de livros”, ele explica. A expectativa é receber 500 mil visitantes.
Campanha estimula o gosto pela leitura
Com o tema “Todo mundo sai melhor do que entrou”, a Bienal faz campanha pela leitura como agente de transformação. Segundo Vitor Tavares, essa ideia se reflete diretamente no visitante.
“A Bienal deixa marca na memória das pessoas. É bastante comum que elas se lembrem da primeira vez que vieram. É especial encontrar os livros do momento, ver quais serão os próximos lançamentos e ter a oportunidade de se encontrar pessoalmente com o autor preferido. Isso tudo é muito rico, principalmente para os jovens e as crianças”, ele comenta.
Quem for ao Expo Center Norte poderá esbarrar com escritores que vêm se destacando no país, como Laurentino Gomes, Mario Sergio Cortella, Miriam Leitão, Itamar Vieira Jr., Mauricio de Sousa, Thalita Rebouças e Tom Zé. Dois mineiros integram esse time: Conceição Evaristo e Ailton Krenak.
Entre os nomes internacionais, a Bienal recebe o português Valter Hugo Mãe, a moçambicana Paulina Chiziane, o norte-americano Nathan Harris e a espanhola Elena Armas, que ganhou destaque nas redes sociais com o romance “Uma farsa de amor na Espanha”.
Vitor Tavares afirma que o conjunto de convidados representa “o poder criativo do ser humano”.
“Para produzir um livro, você precisa ter o dom de retratar a realidade. Além disso, você precisa convencer o público leitor de que aquele universo criado é crível. A troca que acontece quando um leitor conhece o autor, ou quando o autor conhece o leitor, é muito rica para ambos os lados. Só um evento presencial pode proporcionar isso”, reforça o presidente da CBL.
*Informações Estado de Minas
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