A expansão de gastos na área social é a maior responsável pela piora nas contas do Tesouro Nacional neste ano, o que significa uma ameaça mais duradoura para o equilíbrio fiscal.
Previdência, saúde, educação, amparo ao trabalhador e assistência social elevaram suas despesas em R$ 49 bilhões nos primeiros oito meses de 2013, na comparação com o período correspondente de 2012.
É o equivalente a três quartos do aumento total de despesas do governo federal, de R$ 65 bilhões. Os investimentos em infraestrutura, que na teoria deveriam puxar a alta de gastos, encolheram.
Só a Previdência elevou suas despesas em R$ 26 bilhões; o Tesouro ainda teve de destinar R$ 5 bilhões ao setor para cobrir perdas de receitas decorrentes de medidas de alívio tributário promovidas para estimular a indústria nacional.
A segunda maior alta veio da saúde, com mais quase R$ 7 bilhões em gastos. O governo está sob pressão política do Congresso para elevar as despesas da área.
A prioridade conferida à área social serviu de justificativa para a escalada dos gastos federais em custeio, na entrevista concedida ontem pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Por essa lógica, o cumprimento das metas fiscais está sob risco não apenas neste ano, mas por tempo indeterminado. Se o governo considera virtuoso o aumento do custeio e ainda promete alavancar os investimentos, praticamente não sobram outras despesas para controlar.
Fonte: UOL