A ida de brasileiros aos Estados Unidos através de métodos ilegais tem se tornando intensa nos últimos anos. Além de representar um forte perigo, dessa vez esse método causou mais uma vítima desse tipo de travessia.
A brasileira Jessiane Gonçalves, de 24 anos, arriscava há meses atravessar a fronteira do México com a ajuda de coiotes, mas foi deportada todas as vezes. Entretanto, na última semana, a imigrante foi sequestrada, amordaçada, amarrada e posteriormente violentada pelos próprios coiotes.
Ela foi encontrada por um fazendeiro da região, que a levou para um hospital em Ciudad Juarez.
“Jessiane queria entrar nos Estados Unidos para ficar. Se ela teve o visto de turismo ou de estudante negados, é porque o agente identificou durante a entrevista a real intenção. Com 24 anos, sem faculdade ou trabalho, dificilmente teria o visto concedido, porque é justamente nessa idade que muitos jovens querem tentar algo diferente ou buscar oportunidades em outro país. E os agentes sabem disso”, pontua Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional.
De acordo as informações, a mulher foi chantageada, pediram 14 mil dólares para família e, ao perceberem que não conseguiriam mais qualquer outra quantia, a espancaram, e acreditando que ela tinha morrido simplesmente a largaram na região do deserto.
“É óbvio que ela não imaginava que poderia ser espancada, estuprada, sequestrada, que poderia morrer. Cobras, aranhas e escorpiões são extremamente comuns naquela região, ela provavelmente não colocou nada disso em consideração. Os coiotes na maioria dos casos são traficantes, seja de drogas, pessoas e até mesmo órgãos, então ela teve uma sorte imensa de não ser morta e ter seus órgãos extraídos”, lamenta o advogado.
Jessiane voltou para o Brasil e está com a família.
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