Chadwick Boseman, o astro de “Pantera Negra” cujo trabalho celebrou negros norte-americanos pioneiros em suas áreas e sua cultura, morreu aos 43 anos após lutar contra um câncer de cólon por quatro anos, de acordo com um anúncio postado em suas redes sociais na noite de sexta-feira(28).
Boseman, que nasceu na Carolina do Sul e começou sua carreira em episódios de séries de TV como “Parceiros da Vida”, “Lei & Ordem” e “ER”, morreu em sua casa, ao lado da esposa e da família, segundo um comunicado divulgado no Twitter e Facebook. Não há detalhes sobre quando ele morreu. Ele morava em Los Angeles.
Boseman estreou com um papel pequeno na biografia esportiva “The Express”, um drama lançado em 2008 com base na vida do herói do futebol americano universitário Ernie Davis, o primeiro jogador negro a vencer o troféu Heisman.
Ele interpretou vários outros personagens baseados em pessoas reais famosas por romper barreiras sociais nos Estados Unidos, incluindo o cantor de soul James Brown em “Get on Up”, o ministro da Suprema Corte Thurgood Marshall, em “Marshall”, e o jogador de beisebol Jackie Robinson em “42.”
Mas o papel mais memorável do ator foi sua performance como T’Challa, rei do reino africano futurista Wakanda e herói conhecido como Pantera Negra, no primeiro grande filme de super-heróis produzido por um grande estúdio com um elenco majoritariamente afro-americano.
Elogiado por plateias do mundo todo, “Pantera Negra” se tornou a segunda maior bilheteria global de 2018, aclamado por sua vibrante celebração da cultura africana e aplaudido como um marco para a diversidade racial em Hollywood.
O filme foi indicado a seis Oscar, incluindo melhor filme, e venceu em três categorias: melhor trilha sonora original, melhor figurino e melhor direção de arte. Também venceu o principal prêmio do sindicato dos atores naquele ano por melhor elenco.
Boseman interpretou o Pantera Negra dois anos antes em “Capitão América: Guerra Civil”, da Marvel, e voltou ao papel duas vezes em “Vingadores: Guerra Infinita”, de 2018, e “Vingadores: O Ultimato”, de 2019.
Em junho, Boseman se juntou a mais de 300 atores e diretores negros que assinaram uma carta aberta pedindo que Hollywood abandonasse o entretenimento que glorifica a brutalidade policial e a corrupção e investisse em conteúdo antirracista. A carta foi escrita em meio a um enfrentamento cultural e político do racismo sistemático nos Estados Unidos após a morte de George Floyd em Mineápolis.
Homenagens e mensagens de choque inundaram o Twitter por parte de fãs e outros colegas de Hollywood, incluindo astros de filmes da Marvel como Mark Ruffalo (Hulk) e Chris Evans (Capitão América).
O comunicado divulgado no Twitter e no Facebook dizia que Boseman foi diagnosticado com câncer de cólon no estágio 3 em 2016, uma doença que progrediu até o estágio 4 e permaneceu escondida do público até sua morte, embora ele estivesse visivelmente magro em recentes aparições públicas e posts nas redes sociais.
“Nós nunca sabemos o que as pessoas estão passando”, escreveu Bernice King, filha do falecido líder do movimento por direitos civis Martin Luther King Jr., no Twitter, em homenagem ao ator. “Humanos... somos maravilhas. Obrigada, Chadwick, por nos presentear com sua grandeza em meio a uma luta dolorosa”.