Sem apressar o passo, mas abatido, Neymar não quis falar com a imprensa na saída do estádio de Kazan, na última sexta-feira, após a eliminação para a Bélgica. O silêncio foi o fim da linha de uma Copa do Mundo em que o craque conviveu com críticas por quedas às vezes exageradas e por não fazer jus ao seu esperado protagonismo.
Exceção feita à vitória sobre o México, quando marcou seu segundo e último gol no torneio e foi merecidamente eleito o nome da classificação às quartas de final, o camisa 10 não rendeu tudo o que pode.
Poderia, por exemplo, ter liderado a reação do Brasil na derrota por 2 a 1 diante dos belgas. Mas a melhora da equipe na volta do intervalo, depois de sofrer os dois gols no primeiro tempo, partiu de outros pés, como os de Douglas Costa. E da cabeça de Renato Augusto.
Neymar tentou, buscou o jogo, mas teve uma atuação abaixo da (sua) média.
É curioso como ele termina sua segunda Copa na carreira. Como o jogador que mais tentou finalizar (27 vezes, cinco a mais do que Coutinho, o segundo) e driblar (57 vezes, 14 a mais do que o espanhol Isco, que fez um jogo a menos) até as quartas de final. Ao mesmo tempo, como um dos principais alvos de polêmica desta edição.
Desde a estreia contra a Suíça, ocasião em que bateu o recorde de faltas sofridas em um único jogo, sobraram declarações de todas as partes do mundo a respeito de suas quedas e do tempo em que ele ficou no chão. Para alguns, como o técnico do Méxixo, Juan Carlos Osório, uma "palhaçada".
Mesmo quem não esteve tão próximo o criticou. Casos de Maradona e do ex-goleiro Peter Schmeichel.