A Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes (CIHT) da Santa Casa de Franca completa 15 anos neste mês de junho. Ao longo do período, foram captados ao todo 5.297 órgãos, no hospital.
De acordo com Nanci Mara Dias, da comissão de transplantes do hospital, o trabalho tem sido satisfatório, mas os “tabus” ainda atrapalham. “Poderia ser maior. Temos um número muito maior de potencial doador, mas que na hora de decidir pela doação, as famílias optam pelo não”, explicou a enfermeira.
A captação de córneas lidera o ranking, com 5 mil doações. A CIHT ainda recebeu 88 fígados, 180 rins, 10 pâncreas, 12 ossos e 7 corações.
Assim que o hospital recebe os órgãos, uma equipe especializada faz o recolhimento para um futuro paciente que aguarda na fila de espera para o transplante e o recomeço de vida. Muitas vezes os captadores são de São Paulo (SP), Sorocaba (SP), São José do Rio Preto (SP), mas a solidariedade de alguma família, nem sempre vai beneficiar essas cidades. “Os órgãos nem sempre vão para essas cidades. Eles seguem para onde tiver um receptor necessitando e que seja compatível”, disse Nanci, que ainda ressaltou que é necessário que o paciente esteja com o nome no cadastro universal para receber a doação de órgãos.
Ainda em entrevista ao repórter Renato Valim, pela Rádio Imperador e Pop Mundi, a enfermeira fez questão de lembrar do trabalho de humanização junto às famílias que estão passando pela dor da perda de uma ente querido. “É um trabalho muito satisfatório, ele remete ao sentido da solidariedade, mas isso tudo só é somado à conscientização das famílias... Nem todas concordam em fazer a doação, mas claro que vamos sempre respeitar a vontade da família, já que é um momento muito sofrido e o nosso trabalho é de conforto, de suporte à família”, completou Nanci.
Por fim, ela lembrou que o assunto ainda é pouco falado na sociedade e pediu mais interesse da população para uma causa que pode levar esperança de vida para outras pessoas; ouça a entrevista abaixo: