Casal é preso por matar e queimar corpo de bebê em caso chocante no RS

Autor: Salomão Rodrigues

Fonte:

20/12/2025

Um casal foi preso nesta segunda-feira (20), em Sério, no Vale do Taquari–RS, por suspeita de matar e queimar o corpo de sua filha recém-nascida. O crime ocorreu em 13 de setembro de 2024 e foi elucidado após quatro meses de investigações conduzidas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PC-RS).

Segundo as autoridades, a jovem mãe, de 19 anos, deu à luz no banheiro de casa e, logo em seguida, utilizou uma faca de serra para cortar o pescoço do bebê. Em seguida, limpou a cena do crime com água do chuveiro e ocultou o corpo entre panos. Na manhã seguinte, o companheiro, de 20 anos, teria colocado o corpo em um saco plástico, levado até um aterro sanitário e ateado fogo antes de descartá-lo em uma área de mata.

O caso ganhou destaque quando a jovem procurou atendimento médico após o parto, levantando suspeitas de um possível aborto clandestino. Transferida para o Hospital da Estrela, a equipe médica desconfiou da versão apresentada e acionou a polícia. Durante a investigação, a arma utilizada no crime e os restos mortais da criança foram localizados.

Segundo o exame pericial, a mulher não estava em estado puerperal — condição que poderia ter influenciado sua capacidade de discernimento. No contexto, o estado puerperal pode envolver alterações emocionais significativas, como melancolia pós-parto, ansiedade ou, em casos mais graves, depressão ou psicose puerperal. Essas condições podem afetar o discernimento e o comportamento da mulher, sendo consideradas em investigações criminais ou médicas que envolvem mães no período pós-parto.

As autoridades apuraram que o crime foi motivado pelo medo da mulher de ser abandonada pelo companheiro, que havia manifestado desinteresse na gestação e pressionado pela interrupção da gravidez.

Ambos foram indiciados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Eles foram encaminhados ao sistema prisional e permanecem à disposição da Justiça. O casal não possuía antecedentes criminais, e o caso segue sob investigação para apuração de outros possíveis detalhes.

Foto: PCRS