Estudos apresentados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e Mistério da Saúde do Brasil indicam que o Brasil tem experimentado um crescimento vertiginoso das problemáticas relativas à Saúde Mental/Saúde Emocional dos indivíduos e da sociedade como um todo.
Segundo a OMS (dados de 2017), a sociedade brasileira é a recordista latino-americana em casos de depressão, a campeã mundial em relação à ansiedade e o 4º colocado em relação ao crescimento das taxas de suicídio entre os jovens da América Central e da América do Sul.
São altos os índices de violência (em domicílios, no trânsito ou em escolas), criminalidade, suicídios, alcoolismo, drogadição, depressão, preconceitos, entre outros, que colocam em risco o equilíbrio mental, emocional, comportamental e relacional dos indivíduos da nossa sociedade.
Porém, de acordo com psicólogo Leonardo Abrahão, idealizador da Campanha Janeiro Branco, apesar da necessidade evidente de colocar o assunto em pauta, muito pouco ainda se discute a respeito.
“Através da Campanha Janeiro Branco pretendemos estimular a criação de uma ‘cultura da saúde mental” no mundo e, ao mesmo tempo, difundir um conceito ampliado de Saúde Mental/Saúde Emocional como um estado de equilíbrio - individual e coletivo - sem o qual não é possível viver satisfatoriamente em sociedade.
Escolhemos o mês de janeiro para mobilização pelo fato de que, por força cultural da simbologia atribuída à virada de ano, as pessoas estão predispostas a pensar sobre as suas vidas em diversos aspectos e, a cor branca, porque, também simbolicamente, queremos mostrar às pessoas que, como em uma folha em branco, qualquer um pode escrever e reescrever a sua própria história, desenhando e redesenhando novas possibilidades perante a vida”, pontua Abrahão.
Segundo o idealizador da Campanha que, a cada dia, ganha mais adeptos nas cidades brasileiras e nas redes sociais, urge sensibilizarmos as mídias, as instituições sociais, públicas e privadas, e os poderes constituídos, públicos e privados, em relação à importância de projetos estratégicos, políticas públicas, recursos financeiros, espaços sociais e iniciativas socioculturais empenhadas(os) em valorizar e em atender as demandas individuais e coletivas, direta ou indiretamente, relacionadas aos universos da Saúde Mental.
Com o slogan “quem cuida da mente, cuida da vida”, Abrahão, milhares de psicólogos(as), outros profissionais da saúde e cidadãos de todo o país estão se mobilizando para chamar a atenção de toda a sociedade - e, principalmente, das autoridades - para as questões e as demandas da Saúde Mental no Brasil e no mundo, uma vez que a Campanha nascida em Uberlândia(MG) em 2014 já se difundiu para outras nações e continentes.