Na véspera de sua estreia no Mundial, no Emirados Árabes, o Grêmio comemora 34 anos da conquista do seu primeiro título mundial.
Foi no distante 11 de dezembro de 1983, em Tóquio, no Japão. Naquela data, no País do Sol Nascente, o Tricolor, comandado por Valdir Espinosa, enfrentava o Hamburgo, da Alemanha. A equipe, comandada por Felix Magath, havia conquistado a Champions League com uma vitória de 1 a 0 sobre a poderosa Juventus, de Michel Platini, e desembarcava no Japão como favorita. Em sua chegada, o técnico austríaco, Ernst Happel, declarou desconhecer o Grêmio e se recusou a participar de uma entrevista coletiva ao lado de Valdir Espinosa.
Desde a conquista da Libertadores, no dia 28 de julho, até a final do Mundial, no dia 11 de dezembro, o Grêmio teve exatos 136 dias para se preparar. Neste período, colocou um time alternativo para disputar o Gauchão e levou os titulares para Gramado, onde permaneceram concentrados até a véspera do embarque para o Japão.
O relógio marcava meia-noite de sábado para domingo no Brasil quando a bola começou a rolar no estádio Nacional de Tóquio. O Rio Grande do Sul não dormia e a torcida gremista acompanhava, do outro lado do mundo, aquele jogo que entraria para a história do Clube.
Dentro de campo, o time tentava controlar o nervosismo. Aos 38 minutos, no contra-ataque, Renato recebeu na direita, entortou o marcador e chutou sem ângulo para vencer o goleiro Stein. Grêmio 1 a 0.
O futebol de criatividade passou a levar a melhor sobre o futebol burocrático do time alemão. Nas arquibancadas, o torcedor japonês passou a torcer pelo Grêmio.
O segundo tempo passou sem maiores incidência e, quando tudo indicava que o Tricolor levaria a vitória, o Hamburgo conseguiu um empate com Schröder, aos 40 minutos. A decisão foi para a prorrogação.
Logo aos 3 minutos do tempo adicional, mesmo sentindo dores musculares, Renato recebeu cruzamento da esquerda, cortou o marcador e chutou de canhota para, mais uma vez, vencer o goleiro Stein. Grêmio 2 a 1.
A partir daí, praticamente não houve mais jogo. O Tricolor fechou-se atrás, explorando os contra-ataques, e garantiu a tão sonhada vitória.
No apito final do árbitro, o Brasil explodiu em festa e a madrugada de sábado para domingo jamais será esquecida por quem vivenciou aquele momento.
Nesta quarta-feira, o sonho do bicampeonato segue vivo. Ainda que em outros moldes, o Mundial segue sendo nossa obsessão e a trajetória começa na semifinal contra o Pachuca. Relembre abaixo como foi a conquista do Mundial de 1983.
Ficha técnica
Estádio: Nacional
Local: Tóquio/JAP
Data: 11/12/83
Horário: 12h (Japão) - 00h (Brasil)
ÁRBITRO Michel Vautrot (FRA)
Toshikazu Sano (JAP)
Shizuhasu Nakamichi (JAP)
Renato (GRE - 37 do 1ºT)
Schröder (HAM - 40 do 2ºT)
Renato (GRE - 03 do 1ºT - pror.)
Entrou Caio, saiu Paulo César Lima (25 do 2T)
Entrou Bonamigo, saiu Osvaldo (33 do 2T)
Não houve
Mazaropi, Caio, Renato e De León (GRE)
Stein (HAM)
Não houve
Público total: 62.000