Já se passaram sete meses de governo, mas os problemas continuam sem solução. O prefeito, Gilson de Souza (DEM), parece mais preocupado em resolver os acertos políticos feitos durante a campanha do que com os problemas que afetam a população.
As frequentes mudanças em cargos estratégicos gera desconfiança, passada a metade do primeiro ano de uma nova gestão, o que se vê é uma cidade sem rumo. Até o momento, a administração não tem uma equipe formada e as trocas repentinas, quase que semanais causam um estrago que à longo prazo pode ser irreparável.
O tempo passa e os problemas na saúde, educação, assistência social crescem e as providências antes prometidas em discurso até o momento nem sequer chegaram ao papel. Aos poucos, os próprios aliados e eleitores, enxergam as deficiências de um governo despreparado para enfrentar situações que exigem capacidade técnica, rapidez e eficiência.
Atualmente pelo menos três secretarias de áreas fundamentais seguem sem líderes, os nomes ainda não foram definidos para de Ação Social, Esporte, Planejamento e Urbanismo. Nas ruas, a repercussão dessa incapacidade de se formar uma estrutura sólida em cargos extremamente necessários aumenta o descontentamento popular em relação a administração.
A debandada de nomes respeitados complica ainda mais a situação do governo, que não consegue repor em tempo e qualidade as vagas em aberto. A saída da educadora, Silma de Alcântara Junqueira, da Secretaria Municipal de Educação gerou um grande desconforto nos bastidores, não só pelo pedido de exoneração, mas pelos motivos que a levaram tomar a decisão.
As influências políticas e os remanejamentos de cargos por indicações do alto escalão foram as causas para que a profissional deixasse a pasta que tem o maior investimento de recursos. A previsão é de seja aplicado 30,72% ao ano, ou seja, a educação deve receber cerca de R$ 234 milhões dos R$ 763 milhões do orçamento municipal.
Um governo que não consegue montar o próprio time, tem dificuldades ainda maiores para solucionar os problemas. Na educação, por exemplo, cinco creches escolas continuam com as obras paralisadas. As unidades estão localizadas nos bairros Jardim Cambuí, Jardim Martins/Jardim Eldorado, Parque das Esmeraldas, Residencial São Jerônimo e Residencial Paraíso.
No total, elas tem previsão de investimento de mais de R$ 8,1 milhões em recursos e a gestão das obras é de responsabilidade da Prefeitura Municipal.
A demora para solução do problema, gera conflitos até com o Governo do Estado de São Paulo. Nesta quarta-feira (02) técnicos da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) estarão em Franca para se reunir com o prefeito, Gilson de Souza (DEM), na tentativa de encontrar um caminho para que as obras sejam concluídas.
“Interessa à FDE e ao Governo do Estado que as creches sejam concluídas o quanto antes, afinal de contas há valor significativo do Orçamento comprometido para isso. Com as obras paradas, há dinheiro público parado e, ao mesmo tempo, a população não pode usufruir do investimento que deve beneficiá-la”, criticou o deputado estadual Roberto Engler (PSDB).
Apesar do esforço da base governista, os impactos também já começam refletir até mesmo em setores que alimentam a economia. A esperança a cada dia perde espaço para a incerteza, e não há dúvida, de que um governo sem confiança corre um sério risco de fracasso.