De acordo com o estudo anual "Twiplomacy", realizado pela Burson-Marsteller, consultoria global de comunicação, o Twitter se tornou a rede social favorita dos líderes mundiais para alcançar audiências por meio de mensagens-chave. O objetivo do estudo é identificar como os líderes mundiais usam essa rede social e de que forma se conectam com o público por meio do Twitter.
Os governos estão cada vez mais colocando esforços em suas comunicações digitais, incorporando, inclusive, elementos visuais em alguns de seus tweets. Alguns, como o @Elysee Palace, costumam colocar vídeo (Vine) de até seis segundos para registrar visitas de Estado. A chanceler alemã, por exemplo, fez uso da ferramenta para incentivar sua equipe durante o campeonato mundial de futebol. Já o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, recentemente utilizou o canal para anunciar a retomada dos bombardeios às FARC.
A pesquisa, concluída em 24 de março deste ano e publicada na data de hoje, analisou 669 contas do governo em 166 países, apontando que 86% dos governos das Nações Unidas têm presença no Twitter. Além disso, 172 dos chefes de estado e do governo têm contas pessoais nessa rede social, enquanto apenas 27 países, principalmente da África e da Ásia-Pacífico, não têm presença no Twitter.
O "Twiplomacy" destacou os cinco líderes mundiais mais seguidos. Entre eles estão: o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (@BarackObama), com 57 milhões de seguidores na conta de sua campanha presidencial; o Papa Francisco, com 20 milhões de seguidores nas nove contas em todos os idiomas; o primeiro ministro da Índia (@NarendraModi); o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (@RT_Erdogan); e a Casa Blanca (@WhiteHouse).
"A atuação do governo nas redes sociais está contribuindo para uma melhor voz ativa num formato de interação com os cidadãos. É uma plataforma que oferece uma proximidade maior com o público e deve ser vista como ponte para uma comunicação efetiva", explica Cely Carmo, diretora de estratégias digitais da Burson-Marsteller para América Latina.
Twitter na América Latina
O presidente do México, Enrique Peña Nieto (@EPN) é o líder da América Latina com mais seguidores, à frente do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (JuanManSantos) e da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner (CFKArgentina), que têm mais de 3,6 milhões de seguidores cada um. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff (@dilmabr) e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (@NicolasMaduro), completam a lista dos cinco líderes mais influentes no Twitter na América Latina, com 3,3 e 2,4 milhões de seguidores respectivamente.
Quatro dos cinco líderes mais ativos no Twitter no mundo são da América Latina. A conta da presidência do México (@PresidenciaMX) é a mais ativa, publicando, em média, 68 tweets por dia. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, segue na lista com uma média de 64 mensagens por dia. Já em relação aos governos, o Twitter do México (@gobrep) é o mais ativo com 60 tweets por dia, capturando seguidores de forma estratégica em diferentes momentos. Completa a lista o governo de República Dominicana (@PresidenciaRD) com uma média de 58 tweets.
"Este estudo mostra que os governos estão cada vez mais profissionais no uso das redes sociais", comenta Ramiro Prudencio, CEO da Burson-Marsteller na América Latina. "É interessante observar como os governos se adaptam às mudanças dinâmicas no cenário das redes sociais. Essas instituições têm construído equipes completas e capacitadas para gerenciar a comunicação online. Acreditamos que as empresas podem aprender muito com a atuação dos governos e de seus líderes no Twitter", explica Prudencio.
Globalmente, @BarackObama é o líder mais seguido, porém o Papa Francisco (@Pontifex) é o mais influente, com uma média de 10 mil retweets por cada tweet enviado na sua conta em espanhol. Em comparação, as mensagens de @BarackObama tem uma média de 1.210 de retweets, apesar de ser o líder com maior número de seguidores.
No entanto, é interessante notar que os líderes pouco seguem uns aos outros e não interagem com os demais usuários. @BarackObama e @WhiteHouse só seguem quatro líderes - a primeira ministra da Noruega (Erna Solberg), o primeiro ministro da Rússia (Dmitry Medvedev), a conta do governo do Reino Unido e o ministro de relações exteriores da Estônia (Keit Pentus).
Por outro lado, alguns políticos usam o Twitter apenas durante as campanhas eleitorais. O presidente da Indonésia, Joko Widodo (@Jokowi_do2), por exemplo, deixou seus 2,7 milhões de seguidores após a reeleição em agosto de 2014, assim como a presidente do Chile, Michelle Bachelet (@PrensaMichelle), que deixou as redes sociais após ser eleita em 11 de março de 2014.
"As redes sociais, em particular o Twitter, tornaram-se o canal preferido de comunicação para líderes políticos, como demonstrou o tweet de Hillary Clinton sobre sua candidatura presidencial para 2016", comentou Donald A. Baer, CEO mundial da Burson-Marsteller, que destaca ainda: "o estudo Twiplomacy da Burson-Marsteller se tornou um indicador essencial para avaliar o poder e alcance das mídias sociais. Esta é a quarta edição do estudo, que fornece informações valiosas sobre as práticas de comunicação e necessidades dos líderes ao redor do mundo", afirma Baer.