Twitter é a rede social favorita dos líderes do governo

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

28/04/2015

De acordo com o estudo anual "Twiplomacy", realizado pela Burson-Marsteller, consultoria global de comunicação, o Twitter se tornou a rede social favorita dos líderes mundiais para alcançar audiências por meio de mensagens-chave. O objetivo do estudo é identificar como os líderes mundiais usam essa rede social e de que forma se conectam com o público por meio do Twitter.

Os governos estão cada vez mais colocando esforços em suas comunicações digitais, incorporando, inclusive, elementos visuais em alguns de seus tweets. Alguns, como o @Elysee Palace, costumam colocar vídeo (Vine) de até seis segundos para registrar visitas de Estado. A chanceler alemã, por exemplo, fez uso da ferramenta para incentivar sua equipe durante o campeonato mundial de futebol. Já o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, recentemente utilizou o canal para anunciar a retomada dos bombardeios às FARC.

A pesquisa, concluída em 24 de março deste ano e publicada na data de hoje, analisou 669 contas do governo em 166 países, apontando que 86% dos governos das Nações Unidas têm presença no Twitter. Além disso, 172 dos chefes de estado e do governo têm contas pessoais nessa rede social, enquanto apenas 27 países, principalmente da África e da Ásia-Pacífico, não têm presença no Twitter.

O "Twiplomacy" destacou os cinco líderes mundiais mais seguidos. Entre eles estão: o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (@BarackObama), com 57 milhões de seguidores na conta de sua campanha presidencial; o Papa Francisco, com 20 milhões de seguidores nas nove contas em todos os idiomas; o primeiro ministro da Índia (@NarendraModi); o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (@RT_Erdogan); e a Casa Blanca (@WhiteHouse).

"A atuação do governo nas redes sociais está contribuindo para uma melhor voz ativa num formato de interação com os cidadãos. É uma plataforma que oferece uma proximidade maior com o público e deve ser vista como ponte para uma comunicação efetiva", explica Cely Carmo, diretora de estratégias digitais da Burson-Marsteller para América Latina.

Twitter na América Latina

O presidente do México, Enrique Peña Nieto (@EPN) é o líder da América Latina com mais seguidores, à frente do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (JuanManSantos) e da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner (CFKArgentina), que têm mais de 3,6 milhões de seguidores cada um. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff (@dilmabr) e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (@NicolasMaduro), completam a lista dos cinco líderes mais influentes no Twitter na América Latina, com 3,3 e 2,4 milhões de seguidores respectivamente.

Quatro dos cinco líderes mais ativos no Twitter no mundo são da América Latina. A conta da presidência do México (@PresidenciaMX) é a mais ativa, publicando, em média, 68 tweets por dia. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, segue na lista com uma média de 64 mensagens por dia. Já em relação aos governos, o Twitter do México (@gobrep) é o mais ativo com 60 tweets por dia, capturando seguidores de forma estratégica em diferentes momentos. Completa a lista o governo de República Dominicana (@PresidenciaRD) com uma média de 58 tweets.

"Este estudo mostra que os governos estão cada vez mais profissionais no uso das redes sociais", comenta Ramiro Prudencio, CEO da Burson-Marsteller na América Latina. "É interessante observar como os governos se adaptam às mudanças dinâmicas no cenário das redes sociais. Essas instituições têm construído equipes completas e capacitadas para gerenciar a comunicação online. Acreditamos que as empresas podem aprender muito com a atuação dos governos e de seus líderes no Twitter", explica Prudencio.

Globalmente, @BarackObama é o líder mais seguido, porém o Papa Francisco (@Pontifex) é o mais influente, com uma média de 10 mil retweets por cada tweet enviado na sua conta em espanhol. Em comparação, as mensagens de @BarackObama tem uma média de 1.210 de retweets, apesar de ser o líder com maior número de seguidores.

No entanto, é interessante notar que os líderes pouco seguem uns aos outros e não interagem com os demais usuários. @BarackObama e @WhiteHouse só seguem quatro líderes - a primeira ministra da Noruega (Erna Solberg), o primeiro ministro da Rússia (Dmitry Medvedev), a conta do governo do Reino Unido e o ministro de relações exteriores da Estônia (Keit Pentus).

Por outro lado, alguns políticos usam o Twitter apenas durante as campanhas eleitorais. O presidente da Indonésia, Joko Widodo (@Jokowi_do2), por exemplo, deixou seus 2,7 milhões de seguidores após a reeleição em agosto de 2014, assim como a presidente do Chile, Michelle Bachelet (@PrensaMichelle), que deixou as redes sociais após ser eleita em 11 de março de 2014.

"As redes sociais, em particular o Twitter, tornaram-se o canal preferido de comunicação para líderes políticos, como demonstrou o tweet de Hillary Clinton sobre sua candidatura presidencial para 2016", comentou Donald A. Baer, CEO mundial da Burson-Marsteller, que destaca ainda: "o estudo Twiplomacy da Burson-Marsteller se tornou um indicador essencial para avaliar o poder e alcance das mídias sociais. Esta é a quarta edição do estudo, que fornece informações valiosas sobre as práticas de comunicação e necessidades dos líderes ao redor do mundo", afirma Baer.

 Outras conclusões importantes:

  • Todos, exceto um dos governos do G20, têm presença oficial no Twitter e seis dos líderes do G7 têm uma conta pessoal na rede. No entanto, poucos falam de si mesmos em seus posts.
  • Mais de quatro mil embaixadas e embaixadores são ativos no Twitter. Em Nova York, Washington, Londres e Bruxelas, a maioria das missões diplomáticas usa o Twitter como ferramenta de engajamento no mundo digital. Por exemplo, o ministério de assuntos exteriores do Reino Unido, em Londres, também promove o compromisso pessoal de seus embaixadores, e hoje é praticamente impossível se tornar um diplomata sem utilizar as ferramentas digitais.
  • Barack Obama foi o primeiro líder mundial a criar uma conta no Twitter, em 5 de março de 2007 (ainda como senador Obama), e foi o usuário de número 813.286. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto (@EPN), o primeiro ministro do Canadá, Stephen Harper (@PMHarper) e o departamento do estado dos Estados Unidos (@StateDept) também foram pioneiros, com contas criadas em 2007.
  • Até 24 de março de 2015, os líderes mundiais registraram um total de 2.632.657 tweets, com uma média de quatro tweets por dia. Somando as contas dos 660 líderes mundiais se tem uma audiência de 212.059.775 seguidores. A média é de 14.850 seguidores.
  • O presidente de Ruanda (@PaulKagame) se tornou o presidente africano mais seguido, com 842.260 e é também o que mais interage com os seus seguidores, uma vez que 86% dos tweets são respostas a outros usuários na rede social.