Relatório do Unicef aponta exclusão da criança com deficiência

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

04/06/2013
Foto: Agência Brasil Foto: Agência Brasil

Da Agência Brasil

Crianças com deficiência têm menos oportunidades e acesso a recursos e serviços que as demais crianças, aponta o relatório Situação Mundial da Infância 2013 - Crianças com Deficiência, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A exclusão não está restrita a um setor específico, mas fere direitos básicos, como o acesso à educação e à saúde.

"Para um número imenso de crianças com deficiência, a oportunidade de participar simplesmente não existe. Com enorme frequência, crianças com deficiência estão entre as últimas a receber recursos e serviços.", aponta o texto do relatório escrito pelo diretor executivo do Unicef, Anthony Lake.

O Unicef utiliza a estimativa de que 93 milhões de crianças no mundo, ou uma em cada 20 crianças com 14 anos de idade ou menos, vivem com algum tipo de deficiência moderada ou grave. No Brasil, 29 milhões de crianças até os 9 anos de idade declaram ter algum tipo de deficiência, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No país, entre os atendidos pelo Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), pouco mais da metade em idade escolar está na escola.

"A inclusão ainda é um grande desafio no Brasil, que enfrenta a falta de programas, de tratamento especializado e políticas públicas para o setor. Existem instituições que visam pura e simplesmente o acolhimento das crianças com deficiência, mas existem poucas que trabalhem para a inclusão e desenvolvimento da autonomia dessas crianças", comenta o advogado e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Ariel de Castro Alves.

A exclusão ainda é maior entre os de baixa renda. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que em países de baixa renda apenas entre 5% e 15% das pessoas que necessitam de tecnologia assistiva conseguem obtê-la. Nesses países, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os custos econômicos da deficiência variam entre 3% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB).