Os nove feriados nacionais previstos para este ano e sete pontos facultativos, dos quais três já são considerados feriados no país (segunda-feira e terça-feira de carnaval e Corpus Christi), somados aos 43 feriados estaduais, podem gerar perdas de até R$ 64,6 bilhões para a indústria nacional, alertou terça-feira (10) o gerente de Economia e Estatística da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Guilherme Mercês.
"É um volume enorme de feriados estaduais e 32 este ano caem em dias de semana. A conta salgou muito em 2015, porque mais feriados caíram em dias de semana", destacou o economista. Estudo da Firjan sobre o impacto dos feriados para as indústrias foi divulgado nesta terça-feira. Mercês disse que dos 12 feriados nacionais, 11 caíram em dias de semana, resultando em três a mais do que no ano passado. Nos estados, um feriado a mais cai também em dia útil.
Segundo Guilherme Mercês, a perda calculada para a indústria brasileira com os feriados representa 4,8% de tudo que a indústria produz. Em 2014, a perda representou 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial. Os números consideram um PIB industrial estimado de R$ 1,355 trilhão para 2015.
O economista advertiu que no cenário atual em que o Brasil precisa crescer e o governo precisa arrecadar mais impostos, as perdas previstas ultrapassam o âmbito das empresas. "As indústrias param de produzir por conta dos feriados e o governo arrecada menos". A estimativa é que R$ 18 bilhões deixarão de ser arrecadados, pelo governo, da indústria de transformação este ano em função dos feriados nacionais e estaduais.
Por estados, as maiores perdas em valores absolutos são encontradas nas regiões mais industrializadas do país: São Paulo (R$ 19,5 bilhões ou o equivalente a 4,82% do PIB industrial), Rio de Janeiro (R$ 10,1 bilhões ou 5,24% do PIB industrial) e Minas Gerais (R$ 6,4 bilhões ou 4,4% do PIB industrial). "São Paulo tem a maior economia do país, portanto a perda em termos de montante financeiro é maior", esclareceu Mercês.
O estudo mostra que em termos relativos, Alagoas, que terá quatro feriados estaduais em dias de semana, além dos feriados nacionais que também caem em dias úteis, poderá apresentar a maior perda: 6,1% de tudo que a indústria produz, o que representa R$ 500 milhões.
O levantamento informa que no decorrer de 2015 apenas oito estados não registrarão nenhum feriado em dia útil: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Pará, Goiás, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Para o conjunto dos 27 estados brasileiros, a perda projetada com a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pode atingir R$ 572 milhões por dia parado. Para o governo federal, a perda a cada feriado nacional pode chegar a R$ 964 milhões.
Tendo em vista a meta de redução do custo Brasil e de aumento da competitividade da indústria nacional, a Firjan propõe que os feriados que caem em dias úteis sejam mudados para segunda-feira ou sexta-feira. Segundo Guilherme Mercês, isso atenuaria as perdas. "Pelo menos, a gente acabaria com os enforcamentos (de dias úteis). Muitos países já adotaram esse tipo de procedimento. Isso é um ponto positivo para a produtividade e para reduzir custos das empresas".
O estudo O Custo Econômico dos Feriados para a Indústria pode ser acessado no site da Firjan.
Fonte: Agência Brasil