Falta de profissionais no setor reduz a qualidade genética do gado brasileiro

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

14/09/2014

A falta de mão de obra qualificada para inseminação artificial em animais está segurando o crescimento da técnica no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial, pouco mais dez por cento dos rebanhos brasileiros são inseminados. Em países como Holanda e Estados Unidos, mais de 90 por cento da criação é resultado do procedimento. Ainda segundo a Associação, a inseminação artificial é a principal ferramenta para melhorar a qualidade dos rebanhos brasileiros.

O médico veterinário, Neimar Severo, explica que as empresas de inseminação oferecem treinamento, mas o público alvo ainda não é o ideal. Para ele é importante que o trabalhador rural possa se especializar para desenvolver a inseminação nas fazendas. "Muitos desses profissionais acabam não direcionando realmente para fazer, para executar a atividade de inseminação. Muitas vezes são alunos das ciências agrárias: veterinária, zootecnia e agronomia acabam fazendo mais por uma questão de currículo e o importante é que o peão de fazenda, que é aquela pessoa que realmente trabalha no setor, esse sim faça o curso para que ele possa depois dar continuidade nas propriedades rurais".

Além das empresas de inseminação, o Serviço de Aprendizagem Rural, o Senar, também oferece cursos de inseminação gratuitos em  sedes regionais nos estados. O Rio Grande do Sul é o estado que possui o maior número de vacas inseminadas do país, aproximadamente 50 por cento do rebanho. Instrutor do curso de inseminação em uma clínica do estado, Reinaldo Leopoldino Sousa, explica que qualquer profissional pode se inscrever no curso.

Reinaldo afirma que o técnico em inseminação animal pode ganhar um salário mensal de até três mil reais. "Qualquer pessoa alfabetizada pode fazer o curso. Tem duração de 40 horas, ele vai de segunda à sexta-feira dividido mais ou menos 20 horas parte teórica e 20 horas parte prática. Ele pode ser o próprio empregado da fazenda e inseminar para a fazenda, ai já está embutido no salário, mas se ele for um inseminador de cooperativa ou de prefeitura, por exemplo que ganha por inseminação, ele pode ganhar um salário considerável. Tem técnicos que ganham as vezes dois, três mil reais por mês fazendo esse tipo de serviço".

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