Produção de tilápia sofre por falta de chuva no interior de São Paulo

Autor: Redação Pop Mundi

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30/07/2014

A estiagem que castigou o Estado de São Paulo durante todo verão deve trazer consequências para agropecuária a médio e longo prazos. Difícil encontrar uma só cultura que não tenha sido atingida. Desta vez, são os piscicultores que enfrentam dificuldades nos criatórios.

Em Paraibuna, no Vale do Paraíba (SP), o nível da barragem diminuiu quase 15 metros e muitos produtores já desistiram da atividade. A produção de tilápia de Isidoro Grotto Neto foi atingida em cheio. Dos 180 tanques, só 80 ainda estão na água. Falta oxigênio para os peixes e o produtor já perdeu 14 toneladas de tilápia.

"Nós estamos sem condições de trabalho, temos que tirar os tanques para fora, não consigo mais repor os peixes. Vai atrasar a produção de dezembro, e a gente estava contando com isto, ou seja, o prejuízo é total", relata o piscicultor.

Isidoro já consome 16 toneladas de ração por mês e está gastando mais nos últimos dois mês. "Um mês a mais, que nós estamos alimentando peixes e sabe-se lá como vamos fazer daqui em diante", diz ele.

Outra produtora Gisele Silva Claudino, quase não acreditou quando viu surgir na água uma rodovia asfaltada. É a antiga Estrada dos Tamoios, submersa desde a década de 1960 pela represa da barragem de Paraibuna, no interior de São Paulo. A visão inusitada foi possível, porque o nível da água baixou 12 metros.

O caso de Arnolfo Fernandes é mais grave. A propriedade fica numa parte alta e a profundidade chegou a 50 centímetros. Os tanques encostaram no chão e os peixes morreram.

"Está complicado, porque não tem água, como você vai criar o peixe sem água, não tem jeito. A maioria dos peixes morreu, o resto a gente deu um jeito de despachar, vender", conta Fernandes.

O piscicultor teve que parar com o negócio e procurar outro trabalho. Em toda região, pelo menos 50 piscicultores foram atingidos. Mesmo localizada em São Paulo, a barragem de Paraibuna abastece o Rio de Janeiro através do rio Paraíba do Sul. Como a prioridade é o abastecimento, os piscicultores acham que foram deixados de lado.

"Chovendo acaba o problema, a água sobe, melhora a qualidade, os peixes se animam novamente. Alguns que desistiram retornam, aqueles que estavam entusiasmados começam a mexer", explica o engenheiro agrônomo Jorge Antônio Serafim.

Fonte: Canal Rural

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