Organizações da sociedade civil se reuniram nesta sexta-feira (18), na sede do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro para prestar solidariedade às vítimas da Palestina do conflito no Oriente Médio, que já matou mais de 260 palestinos e 12 israelenses na mais recente ofensiva.
Serão exibidas imagens e vídeos do cotidiano da Palestina, feitos pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Beatriz Bissio, que pesquisa o tema há 30 anos e esteve recentemente na região.
Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre África, Ásia e as Relações Sul-Sul (Nieass), a professora de ciência política explica que a ideia é apresentar questões que não são compreendidas no conflito. "O fato de ter estado lá me permite trazer situações como o muro (da Cisjordânia, barreira física erguida por Israel para controlar a circulação de pessoas), a vida nas aldeias e as formas de organização e de protesto, de reivindicações de direitos", disse.
Com pesquisas sobre o mundo árabe-islâmico, Beatriz Bissio afirma que "o anseio unânime de todo palestino é viver em paz com acesso a direitos básicos, como à terra e à soberania". No entanto, segundo a professora, Israel impõe uma série de restrições, como controle dos recursos hídricos.
De acordo com um dos organizadores do ato, o presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Mário Augusto Jakobskind, além das violações de direitos cometidas pelo Estado de Israel cotidianamente, é preciso chamar a atenção para o genocídio na região, refletido no elevado número de palestinos mortos, cerca de 260, na comparação com vítimas israelenses, 12 até agora.
"Lamentavelmente, em 2014 são usados métodos violentos para impor sanções", destacou Jakobskind. Para ele, a comunidade internacional deve pressionar Israel para "voltar atrás" e discutir o "bombardeio indiscriminado" com objetivo de evitar "banho de sangue" e a morte de centenas de civis, principalmente depois do início da ofensiva terrestre.
Em artigo publicado no site da Embaixada de Israel no Brasil, o embaixador Rafael Eldad disse que seu país é constantemente ameaçado e que atua para se defender. Segundo ele, o Estado de Israel retirou tropas e cidadãos de Gaza, uma das áreas reivindicadas pelos palestinos. "Mas o que vimos na realidade foi que todos os esforços em Gaza foram dedicados a criar um arsenal de guerra para atacar de forma constante, fria e calculista a população civil israelense", argumentou.
"Israel faz o que todo governo responsável faria, isto é, defender e proteger seus cidadãos", reforçou, no texto.
O ato de solidariedade aos palestinos também é organizado pelo Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado do Rio e pelo Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino.
Fonte: Agência Brasil