Até agosto, deve chegar ao mercado uma fita que detecta a presença de formol no leite. A ideia, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Brasília, surgiu após a descoberta da contaminação no leite produzido no Rio Grande do Sul, durante operações do Ministério Público Estadual.
Poucas gotas de leite na fita e alguns minutos depois já é possível ver o resultado. O contato do líquido com o papel - que contém produtos químicos que reagem à presença de formol - resulta em uma coloração rosa, se o leite estiver puro, ou violeta, se houver contaminação. Atualmente, o resultado do exame na amostra enviada para o laboratório demora, no mínimo, 24 horas.
"A gente tem conseguido (diagnosticar) contaminações muito baixas, dependendo do produto, com 0,1%, 0,2% de formol já é detectado no kit. A dificuldade é determinar quanto, mas a presença a gente consegue determinar", explica o professor de química, Paulo Anselmo Ziani Suarez.
A fita Zero-f foi criada a partir da dissertação de mestrado do professor de química da Universidade de Brasília. O projeto começou com a identificação de metanol no combustível e se desenvolveu para a identificação de formol no leite e em produtos de beleza e higiene. "É uma forma de detectar a não conformidade do produto. Pode ser uma forma da própria agência que regula se assegurar se está havendo uma contaminação, e também estender para o próprio consumidor, caso ele tenha essa dúvida", diz Guilherme Bandeira, também professor de Química.
Por enquanto, a fórmula foi vendida para uma empresa, mas sem exclusividade. O produto deve estar disponível no mercado já no segundo semestre deste ano. "Até o final de julho, estamos com essa produção fechada e com custo final de R$ 1 por fita. Vai ser vendido em embalagens de 20 a 100, dependendo do cliente", diz o empresário Renato Santana de Oliveira.
Fonte: Rural Br