O mercado do açúcar no Brasil terá uma produção menor este ano em função da seca. A redução da oferta será mundial. Com essa queda, o valor futuro já aponta preços maiores para o ano que vem. Hoje, a tonelada está sendo comercializada a US$ 409,00 na bolsa de Nova Iorque. Nos contratos futuros, o valor sobe para US$ 441,00 e pode aumentar caso a safra seja menor.
Com a produção em queda no Brasil, as exportações do produto já diminuem. No porto de Santos, a movimentação caiu nos terminais de embarque de açúcar. Em junho de 2014, o volume vendido para fora do país foi de 1,486 milhão de toneladas, 300 mil toneladas a menos do que em junho de 2013. A receita também caiu em 22%.
Especialistas apostam na moagem de 540 milhões de toneladas de cana. Os mais otimistas falam em 570 milhões. O fato é que ela será menor, e a produção de açúcar também.
Na safra 2013/2014, a produção de açúcar no Brasil foi de 34 milhões de toneladas. Para a próxima, se calcula algo entre 25 e 32 milhões de toneladas. Além da oferta menor causada pela seca, outro fator que contribui para a queda na exportação brasileira é a produção da Tailândia, que teve uma boa safra, com um milhão de toneladas a mais do que estava previsto.
- Na sua última safra, a Tailândia teve uma produção maior do que a média histórica. Com isso, acabou colocando mais produto no mercado, e como geograficamente eles possuem uma posição mais privilegiada em relação ao Brasil, os mercados de destino acabaram optando pela produção tailandesa. Este movimento aconteceu no final do ano passado e início deste ano, que foi o momento em que eles mais exportaram - explica Paulo Trucco, analista de mercado.
Para o segundo semestre, a expectativa é de um déficit mundial de açúcar, pois além do Brasil, a Índia também enfrenta seca e está com a produção reduzida. Diante deste cenário, os mercados futuros já trabalham com elevação de preço para 2015.
- Como o Brasil é um dos principais exportadores do mercado internacional, com redução da oferta do produto, alinhado a uma demanda constante que vem crescendo ano a ano, você acaba conseguindo um equilíbrio maior de oferta e demanda mundial. Isto acaba refletindo nos preços. Quando o mercado começa a enxergar que ele vai ter uma oferta menor de açúcar, ele começa a colocar uma pressão maior nos preços. A consequência é que em 2015 a gente espera que este equilíbrio entre oferta e demanda melhore os preços do produto. É o que temos visto nas telas futuras, que apresentam um diferencial considerável perto das telas deste ano - completa Trucco.
Fonte: Canal Rural