Quase 500 mil pessoas deixaram as cidades onde moram no Iraque desde o início dos ataques liderados por jihadistas, integrantes do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês), formado por antigos membros do regime de Saddam Hussein. Os confrontos em quatro províncias do país começaram na semana passada.
Hoje (20), foi confirmada a morte de pelo menos 34 iraquianos das forças de segurança que atuavam em Al-Qaim, cidade na fronteira com a Síria a 400 quilômetros de Bagdá. As vítimas morreram durante os confrontos com militantes sunitas. Os combates começaram na noite de ontem (19).
Representantes das forças de segurança oficiais afirmaram que os militantes controlam a maior parte da cidade, mas não confirmaram a identidade dos rebeldes. Testemunhas locais afirmaram que algumas famílias estão fugindo da região de Al-Qaim.
A comunidade internacional já declarou repúdio aos confrontos. Hoje, agências humanitárias das Nações Unidas alertaram que a situação no Iraque é "caótica" e sinalizaram que não será possível ajudar os milhares de deslocados em função dos conflitos que assolam o país.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 500 mil pessoas foram deslocadas depois da tomada de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana que fica ao Norte do país, pelos combatentes do grupo jihadista. As agências comunitárias também estão ajudando outras 500 mil pessoas que foram forçadas a sair de suas casas na província de Al-Anbar, no Oeste do país, a maior das 18 províncias do Iraque.
O porta-voz do Acnur, Adrien Edwards, declarou que as agências estão sobrecarregadas e, em alguns casos, impossibilitadas de chegar aos locais necessários por questões de segurança.
Os números foram estimados pelo Acnur, mas, assim como o Alto Comissariado, representantes do Gabinete da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM) não conseguiram contabilizar exatamente quantas pessoas estão sem acesso à ajuda internacional.
Fonte: Agência Brasil