Na ocasião, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, pediram um fim rápido para a crise no leste da Ucrânia, segundo autoridades russas.
Merkel, Putin e Poroshenko durante reunião / Foto: reproduçãoOs dois líderes foram flagrados pelas câmeras em uma rápida conversa, junto da chanceler alemã Angela Merkel. Ela guiou o encontro dos dois, que apertaram as mãos e conversaram por cerca de 15 minutos.
A conversa ocorreu pouco antes do almoço entre líderes mundiais organizado pelo presidente da França, François Hollande.
"Durante a conversa, Putin e Poroshenko pediram agilidade para solucionar a crise na Ucrânia e propuseram uma ação militar dos dois lados", disse o assessor russo Dmitry Peskov.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que recentemente fez um alerta quanto à postura russa em relação às tensões na Ucrânia, também conversou com Putin e voltou a cobrar que a Rússia ajude a acalmar a situação. Putin e Obama tiveram uma "reunião informal" com duração de 10 a 15 minutos, segundo a Casa Branca.
Obama disse que a Rússia precisa reconhecer Poroshenko como líder (retirando o apoio aos separatistas) e parar de fornecer armas na fronteira para, assim, por fim às tensões na Ucrânia.
O analista de assuntos diplomáticos da BBC, James Robbins, avalia que a Normandia reforça sua importância histórica, 70 anos depois do Dia D, ao reunir Putin e o presidente eleito da Ucrânia pela primeira vez desde que Poroshenko foi eleito.
Autoridades francesas indicaram que foi discutida a possibilidade de um cessar-fogo entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-russos.
"A conversa tratou de possíveis medidas para acalmar a crise, inclusive sobre como a Rússia deveria reconhecer a eleição de Poroshenko", disse uma autoridade do governo francês.
Robbins avalia que o encontro de Putin e Poroshenko indica uma aceitação da legitimidade do novo líder ucraniano e é visto como altamente significativo por alguns líderes. Obama teria comentado que a Rússia pode acabar se isolando internacionalmente se não acatar as sugestões dos Estados Unidos.
Nesta semana, Obama anunciou um plano de US$ 1 bilhão para ampliar a presença militar dos Estados Unidos na Europa.
Em seu discurso, pediu que a Rússia use sua influência para acabar com os ataques dos separatistas pró-Rússia a prédios públicos no leste da Ucrânia.
Na reunião dos países do G7 em Bruxelas nesta semana, foi a vez de Merkel defender que sejam aplicadas mais sanções à Rússia caso não aja "nenhum progresso". Foi o primeiro encontro do grupo desde que a Rússia foi suspensa dele, há três meses, quando ainda se chamava G8.
Em março, a Rússia anexou a peníncula ucraniana da Crimeia, depois de um controverso referendo sobre a adesão. Desde então, sanções foram introduzidas pela UE e pelos Estados Unidos.
A Ucrânia vive desde esse período fortes tensões nas províncias orientais de Donetsk e Luhansk, na fronteira com a Rússia. Separatistas pró-Rússia declararam independência destas províncias da Ucrânia, recusando-se a reconhecer o novo governo do país, que é pró-União Europeia.
A Rússia nega que esteja apoiando militarmente os rebeldes do leste da Ucrânia.
Fonte: BBC Brasil