A fim de estimular os negócios voltados para inovação e tecnologia, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) oferece uma linhade financiamento específica para este propósito, de acordo com o porte da instituição solicitante e o setor em que ela atua. Os recursos viabilizam empreendimentos, exploram o potencial de negócios inovadores e alimentam o processo de diversificação da economia do Estado, um dos principais objetivos do Governo de Minas. "Temos condições diferenciadas para as empresas que trabalham diretamente com inovação. Com isso, garantimos que os empreendimentos de diversos segmentos possam contar com as soluções do banco para fomentar o incremento tecnológico e a expansão dos negócios", enfatiza o diretor de Negócios do BDMG, Bernardo Tavares de Almeida.
Criado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a linha Pró-Inovação financia projetos de desenvolvimento ou implantação de novos produtos e serviços. Instalada em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Nanum Nanotecnologia conta com o apoio desta modalidade de crédito. A empresa investiu R$ 4 milhões na construção da unidade, dos quais R$ 1,9 milhão é proveniente do BDMG. Os recursos estão sendo empregados em obras civis, compra de equipamentos, financiamento de pesquisa e no desenvolvimento de uma tinta magnética para impressoras de cheques bancários com propriedades diferenciadas, que permitem a produção do material em grande escala para equipamentos de todos os portes.
Para o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento e Comercial da Nanum, Tarik Della Santina, os recursos da linha Pró-Inovação foram fundamentais para as fases de finalização e refinamento da planta produtiva da tinta magnética. "Se tivéssemos que esperar por tais recursos, poderíamos ter perdido várias oportunidades comerciais. Como empresário, avalio positivamente as ações do BDMG nesse projeto, pois ele cumpriu o objetivo de um banco de fomento", destaca Tarik.
A tecnologia desenvolvida pela Nanum é 100% mineira, ambientalmente correta e patenteada internacionalmente. Além disso, a iniciativa tem aberto portas para o desenvolvimento de produtos semelhantes, como tintas semicondutoras, fotovoltaicas e anticorrosivas. Atualmente, toda a produção é exportada, inclusive para multinacionais do setor como a norte-americana HP.
Controle biológico de pragas agrícolas
Criada como resultado de 20 anos de pesquisas na área de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Rizoflora Biotecnologia trabalha em duas áreas distintas e complementares: a venda de produtos de controle biológico e a prestação de serviços de consultoria agronômica orientados ao controle de nematóides (vermes parasitas de plantas).
Instalada no Parque Tecnológico de Viçosa (TecnoParque), a Rizoflora produz dois produtos a partir do fungo Pochonia chlamydosporia: o Rizotec, uma espécie de pesticida biológico, e o Rizomax, um aditivo de fertilizantes orgânicos para melhoria de solos. Com recursos do Pró-Inovação, a empresa desenvolveu uma nova formulação para o Rizotec, que está mais concentrada.
"Com isso, a dosagem de tratamento recomendada passou de 3 kg por hectare para 2 kg por hectare, resultando em melhor qualidade por um preço menor ao consumidor final", ressalta a diretora da Rizoflora, Monique Brasiel. Os recursos também estão sendo empregados no aperfeiçoamento do Rizomax.
Esses produtos substituem o uso de agrotóxicos no controle de pragas agrícolas e a tecnologia desenvolvida pela Rizoflora tem aplicação em vários tipos de culturas, como hortaliças, fruteiras, ornamentais e grandes culturas, em cultivo orgânico ou convencional. A Rizoflora é a única empresa que desenvolve o fungo Pochonia chlamydosporia em escala comercial no mercado brasileiro.
Referência nacional em carcinicultura
Única empresa de carcinicultura (criação de camarões em viveiros) do país a ter o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), a Fazenda São Pedro, localizada no município de Prata, no Triângulo Mineiro, expande o negócio com a incorporação da larvicultura (laboratório para reprodução das larvas) no processo de cultivo do crustáceo em água doce por meio dos incentivos do BDMG.
A fazenda vai adaptar cinco tanques para a larvicultura, além de criar um laboratório para pesquisa e acompanhamento do desenvolvimento do projeto. "Uma das vantagens do camarão de água doce em relação ao camarão marinho é que ele minimiza a pesca predatória. Em uma pesquisa realizada pelo Centro Universitário do Triângulo, em Uberlândia, foi comprovado que, para retirar 1kg de camarão marinho, são devolvidos 6kg de outros animais marinhos mortos, prejudicando assim o ecossistema", conta a empresária Maria Aldeide da Costa Borges, proprietária da fazenda.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Paraná comprovou que o camarão de água doce tem 30% a menos de colesterol, sendo considerado mais saudável para a alimentação, comparado ao camarão marinho. A capacidade de produção da Fazenda São Pedro é de 400 mil camarões por safra, abastecendo restaurantes orientais do estado de São Paulo e supermercados de Minas Gerais.
Em 1996, aproveitando o potencial da fazenda, Maria Aldeide começou o projeto de criação de Camarão da Malásia (Macrobrachium rosenbergii) e, hoje, tem 21 viveiros, com 5,65 hectares de lâmina d'água destinados exclusivamente à produção do crustáceo, se consolidando como referência nacional e internacional da prática da carcinicultura de água doce.
Fonte: Agência Minas