As autoridades elevaram para 283 o número de mortos na explosão seguida de incêndio ocorrida ontem (13) numa mina de carvão em Manisa, no Oeste da Turquia. Segundo o ministro da Energia, Taner Yildiz, na hora da explosão havia 787 mineiros no interior da mina, dos quais 363 conseguiram sair.
"Enfrentamos uma situação muito grave", disse o ministro durante uma visita à zona afetada. Ele informou que, até agora, foram registrados 80 feridos, quatro dos quais em estado grave.
Foto: Osman Orsal/ReutersO ministro turco manifestou ainda preocupação com a possibilidade de o número de vítimas mortais aumentarem nas próximas horas, garantindo que as centenas de membros das equipas de resgate farão de tudo para alcançar, o mais rápido possível, o local onde ainda há mineiros encurralados. Taner Yildiz não arriscou, porém, adiantar um número de mineiros presos, prometendo fornecer mais informações sobre a operação de resgate ao longo do dia.
Segundo um deputado da oposição que também está no local, o número de vítimas mortais poderá aumentar. "Ninguém tem números exatos. Mas é uma grande tragédia", declarou Mustafa Moroglu, deputado do Partido Republicano do Povo. "Muitos corpos estão sendo retirados e cobertos com mantas. Alguns dizem que pode haver até 250 mortos", acrescentou. "É certo que se trata de um dos maiores, senão o maior desastre em minas da história do país."
O pior acidente em minas registado até hoje na Turquia aconteceu em 1992 em Zonguldak, na costa do Mar Negro, onde morreram 270 trabalhadores. Os sindicatos do setor mineiro têm denunciado o fato de os acidentes no país ocorrerem com mais frequência do que na Europa por causa da falta de medidas de segurança e equipamento.
A explosão, a 200 metros de profundidade e a dois quilômetros da entrada da mina, pode ter sido provocada por um problema num transformador elétrico. A mina pertence a uma empresa privada que emprega 6,5 mil trabalhadores em Soma, cidade com grandes reservas de carvão no oeste da Turquia.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, adiou a sua visita à Albânia devido ao acidente. Ele é esperado nesta quarta-feira (14) no local do desastre, a cerca de 400 quilômetros ao sul de Istambul.
Fonte: Agência Brasil