Pesquisa mostra que azeite extravirgem nacional tem características similares aos importados

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

21/04/2014

Estudos desenvolvidos na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e pelo Departamento de Química Analítica da Universidad de Granada, na Espanha, mostram que o azeite de oliva extravirgem brasileiro, produzido ainda de forma restrita, exibe características similares aos produtos importados. Recomendado pelos benefícios que traz à saúde, o consumo do azeite extravirgem vem aumentando no Brasil, embora os custos de importação restrinjam a sua utilização.

O azeite de oliva extravirgem é altamente recomendado por seus benefícios à saúde humana. Pesquisas na área médica atribuem a ele importante papel na prevenção de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer. Entre os principais responsáveis por estes efeitos destacam-se o elevado teor de ácido oleico, que diminui o colesterol "ruim", e a presença de compostos antioxidantes, que agem como sequestradores de radicais livres.

Pesquisa durou mais de três anos / Foto: FEA/Unicamp Pesquisa durou mais de três anos / Foto: FEA/Unicamp

O químico industrial de alimentos Cristiano Augusto Ballus, que realizou a pesquisa no Brasil, começou o estudo com azeites de oliva importados e encontrados nos supermercados, com o objetivo de caracterizar tanto qualitativamente como quantitativamente os antioxidantes neles presentes.

Durante a realização desta primeira fase do trabalho, Cristiano se deu conta de que no Brasil estava-se tentando produzir azeite de oliva extravirgem, o que o interessou muito diante da possibilidade de se chegar a um produto nacional de menor custo e acessível a um mercado consumidor maior. Embora ainda não comercializados em escala, estes azeites produzidos no Brasil começaram a aparecer em alguns pontos de venda de Minas Gerasis e Rio Grande do Sul.

Cristiano considera que a produção experimental de azeite de oliva extravirgem no Brasil vem apresentando resultados promissores, de maneira a viabilizar uma futura produção em escala industrial.

- É de fundamental importância caracterizar a composição química destes azeites de oliva nacionais, pois suas qualidades estão diretamente atreladas às diversas classes de componentes químicos que os devem constituir. Isto me levou a esta pesquisa - diz Cristiano.

Ao repetir com os azeites nacionais as análises feitas nos importados, o pesquisador constatou que os teores desses compostos são muito similares aos encontrados em azeites de oliva dos países da Europa e Argentina, também uma grande produtora de azeite de oliva.

- A análise de compostos presentes nos azeites de oliva extravirgem produzidos no Brasil será de fundamental importância na determinação de suas qualidades, permitindo aquilatar se os produtos obedecem às diretrizes nacionais e internacionais - aponta o pesquisador.

De acordo com Cristiano, a pesquisa permite, ainda, diferenciá-los dos azeites de oliva provenientes de outros países e leva à construção de uma identidade para os azeites de oliva produzidos nos diferentes Estados brasileiros. Possibilita ainda avaliar de que forma a localização geográfica, as características climáticas, as condições de solos e outros fatores alteram sua composição.

Para o pesquisador, o próximo passo será determinar se as características sensórias dos azeites de oliva brasileiros que se revelarem promissores são adequadas à sua comercialização.

Fonte: Canal Rural

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