Como em toda eleição, o metrô de Belo Horizonte voltou ao centro do debate político. Ao rebater declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esteve na capital mineira na sexta-feira, para o lançamento do nome do ex-ministro Fernando Pimentel ao Palácio da Liberdade, o governo de Minas Gerais acusou nesse domingo as gestões de Lula e de Dilma de terem prejudicado nos últimos 10 anos a mobilidade urbana na cidade.
"Nos últimos anos, sob a gestão petista, a obra ficou totalmente parada, comprometendo a mobilidade urbana na terceira maior região metropolitana do país. Ressalte-se que, nesse período, o governo de Minas ofereceu-se para colaborar, fazendo vários esforços para sensibilizar o governo federal no sentido de retomar as obras. Em 2008, por exemplo, o então governador Aécio Neves apresentou ao então presidente Lula uma proposta para ampliação do metrô por meio de parceria público-privada, que foi ignorada", retrucou ontem o governo do estado, em nota oficial, assinada pela Superintendência Central de Imprensa. Segundo o governo mineiro, teria sido apenas em abril de 2012 - quatro anos depois - que o governo federal concordou com "a colaboração do estado", que desde então teria assumido a responsabilidade de coordenar a elaboração dos projetos de engenharia. "O convênio para liberação dos recursos para elaboração dos projetos, entretanto, só foi assinado pelo governo federal um ano depois, em abril de 2013. Os projetos de engenharia estarão concluídos em abril de 2014, em apenas 12 meses - um prazo recorde para projetos de tal complexidade. Portanto, o governo do estado está rigorosamente em dia com as obrigações assumidas", salientou a nota, em resposta a Lula, que justificou o fato de o governo federal não ter mandado novos recursos para o metrô porque o governo tucano em Minas não teria apresentado o projeto. ILUMINAÇÃO URBANA Em BH, Lula também acusou o governo mineiro de assumir a paternidade de projetos federais, como o Programa Luz para Todos. Na mesma nota, o governo mineiro rebateu: "Não tem cabimento também a afirmação do ex-presidente de que o Governo do Estado de Minas Gerais assume a paternidade de programas federais. No caso específico dos programas Luz para Todos e Clarear, citados por ele, é importante esclarecer que se trata de programas absolutamente distintos. O Clarear, do governo estadual, é um programa totalmente diferente do Luz para Todos, do governo federal", afirma a nota, acrescentando ser o Clarear um programa de eletrificação urbana executado com 100% de recursos da Cemig. "Ele foi criado para atender a determinação do órgão regulador, a Aneel, para universalização da eletrificação urbana", continuou. O governo de Minas disse ser o Luz para Todos de eletrificação rural que não seria executado apenas com investimentos do governo federal. "Mais de 70% dos recursos do Luz para Todos são de responsabilidade estadual, entre recursos próprios do governo e da Cemig e financiamento que será integralmente pago pela empresa estadual. Entre 2004 e 2011, por exemplo, foram investidos R$ 3 bilhões para implantação do Luz para Todos em Minas. Do total, 77% foram aportados pela Cemig e governo de Minas e 23% pelo governo federal", concluiu a nota.
Fonte: Estado de Minas
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